Fipe e Alelo divulgam indicadores inéditos sobre os impactos da Covid-19 sobre o consumo em supermercados e restaurantes

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A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas, desenvolveu indicadores inéditos voltados para o acompanhamento dos impactos da COVID-19 sobre a atividade econômica do Brasil, com foco no consumo em supermercados e restaurantes.

Os indicadores foram elaborados com base em informações geradas a partir da utilização dos cartões Alelo Alimentação e Alelo Refeição, incluindo volume e valor das transações, bem como o número de estabelecimentos comerciais que efetivaram compras através desses meios de pagamento. O levantamento, realizado em todo o território nacional, compara as transações diárias no período de 1 de janeiro de 2018 e 30 de abril 2020.

A partir da análise das operações efetuadas com os vouchers, foram desenvolvidos os Índices de Consumo em Supermercados (ICS), que acompanham as compras realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e dos Índices de Consumo em Restaurantes (ICR), com foco na evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up), entre outros.

Como era esperado, as análises dos Índices de Consumo em Restaurantes (ICR), revelaram quedas significativas do volume e valor do consumo em restaurantes já em março, com variações que se intensificaram em abril.

Já no caso dos Índices de Consumo em Supermercados (ICS), os efeitos registrados sobre o consumo ocorreram com defasagem e de forma menos intensa em relação aos restaurantes. Considerando o volume de transações, o ICR recuou 22,2% em março e 64% em abril; enquanto o ICS registrou queda de 3,5% e 12,5%, com relação ao observado nos respectivos meses do ano anterior.

“Esses dados são importantes para a sociedade brasileira entender parte dos reflexos do atual momento na economia brasileira e ajudará o varejo a se preparar para a retomada, visto que o volume movimentado de voucher representa receita expressiva nesses dois segmentos. Ao entender esse movimento de mercado, buscamos alternativas, por meio dos produtos e serviços, para apoiar nossos parceiros”, explica Cesário Nakamura, presidente da Alelo.

Além da análise mensal, os resultados são analisados de forma diária e quinzenal. Em particular, é possível citar a 1ª quinzena de abril, intervalo em que os impactos observados foram mais expressivos. Nesse período, as quedas mais expressivas foram observadas nos Índices de Consumo em Restaurantes (ICR): 67,7% (volume de transações), 56,7% (valor das transações) e 40,5% (número de estabelecimentos que realizaram transações).

Em contrapartida, os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) foram menos afetados nesse período, sendo o maior impacto registrado no volume de transações (-19.4%), seguido pelo recuo no valor transacionado (-5,0%) e no número de estabelecimentos (-3,6%). Vale ressaltar que esses percentuais foram calculados em relação ao típico ou esperado para essa quinzena (média das primeiras quinzenas de todos os meses em 2019) e que eles não excluem os efeitos de eventos e fenômenos concomitantes à pandemia.

Como esperado, os impactos sobre consumo variaram conforme o tipo do benefício e o período. Na avaliação diária, é possível identificar impactos negativos sobre o comportamento dos Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) a partir do dia 14 de março. Esse efeito é crescente até o final de março e início de abril, estabilizando-se em seguida. Do dia 16 de abril em diante, esse impacto é progressivamente amenizado até 30 de abril.

Já no caso dos Índices de Consumo em Supermercados (ICS), o registro dos impactos fica evidente apenas a partir do dia 20 de março, afetando sobretudo as séries de volume e número de estabelecimentos, escalando até o dia 5 de abril. A série de valor, entretanto, oscila no período inteiro, com repiques nos dias 20 e 28 de março, fenômeno que se repete no mês seguinte (22 e 25 de abril). Esse recorte traduz também a sazonalidade no uso dos vouchers, com o uso concentrado nas duas primeiras semanas do mês, quando é feito o abastecimento de créditos pelos empregadores.

“Dada a relevância de qualquer informação que colabore para a entender os efeitos diretos e indiretos da COVID-19, acreditamos ser bem-vindos todos os esforços na construção desses indicadores e que eles possam ser empregados para avaliar a magnitude e extensão desses impactos não só sobre a saúde da população, bem como o nível de atividade, renda e empregos”, destaca Eduardo Zylberstajn, pesquisador da Fipe.

 

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