E-commerce muda cesta de compras

0 454

por Rúbia Evangelinellis

O crescimento das vendas pela internet remete a um novo hábito de consumo que vai além da escolha do canal digital e exige atenção do varejo. Ricardo Pastore, coordenador do núcleo de varejo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), destaca que a partir da pandemia, um número maior de brasileiros ficou mais próximo de marcas e produtos encontrados no e-commerce. Esse movimento favorece empresas que habitualmente trabalham com a ferramenta virtual e, por isso, conseguem oferecer vantagens e promoções para o shopper.

“O que é preciso analisar é que os consumidores passaram a ter outras motivações de compras”, observa. A partir daí, acrescenta, eles alteraram as missões de compra, seleção de produtos, tíquete médio de compra e, principalmente, a escolha de canais de vendas, que favorecem as compras on-line e lojas de proximidade.

Ricardo Pastore, coordenador do núcleo de varejo da ESPM

Pastore destaca que as vendas pelo e-commerce já atingem a marca recorde de 12,6% do varejo, tomando como base o índice MCC-ENET, de maio, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) em parceria com o Movimento Compre & Confie.

Esse dado, segundo informou, prova que uma grande parte dos consumidores migrou das lojas físicas para o canal on-line de compras. “Antes da pandemia, a participação do canal digital era de 5%, sendo que o atual percentual supera até a Black Friday (em novembro de 2019), que chegou a 9,5%”, ressalta ao prever que a próxima edição do evento será o maior de todos os tempos, em ofertas e compra.

Diante desse novo retrato de compras, o especialista destaca que as mudanças de consumo são estabelecidas pela troca de canais de vendas e não por marcas. “Com a migração, a experiência de compra pode favorecer a mudança de marcas e produtos, com ofertas e promoções”.

O especialista alerta para a necessidade de as empresas reverem planos de investimentos que não contemplavam as vendas on-line: “Com essa mudança, é preciso reposicionar a estratégia e reagir, principalmente se o concorrente tem presença maior no canal digital.”

Esse movimento já é perceptível, por exemplo, em redes de varejo que diversificaram o portfólio virtual. Para a loja de proximidade, vale a regra de ouro, de oferecer um mix adequado, redução dos pontos de contatos físicos nas compras presenciais e investir na tecnologia, oferecendo também a oportunidade de compra digital.

Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.