Volume de compras on-line sustenta reação do setor

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A retomada no volume de pedidos no varejo on-line brasileiro tem sustentado a recuperação do setor neste ano, compensando a alta ainda tímida no tíquete médio das compras, constatou a empresa de pesquisas Ebit. O consumidor não está gastando muito mais, porém passou a comprar com frequência um pouco maior.

A companhia projeta um retorno de índices de crescimento acima de 15% após 2018. Ontem, a Ebit informou nova previsão de alta nominal de 10% em 2017 (em 2016 subiu 7,4%), com o valor atingindo R$ 48,8 bilhões. Se conseguir alcançar os 10%, será o primeiro ano com aceleração no índice anual desde 2014.

De 2014 para 2015 a taxa de expansão nas vendas caiu de 24% para 15% e em 2016, houve nova queda no índice para 7,4%.

Analistas da Ebit chamam atenção, porém, para os efeitos sobre a rentabilidade do negócio – a maioria das operações on-line no país ainda está no vermelho, dizem consultores. Apesar do momento de maior racionalidade nos negócios, com redução de parcelas sem juros e de frete grátis, não há sinal de recuperação de margens no mercado, disse ontem Pedro Guasti, presidente da Ebit.

As projeções da Ebit são feitas com base em questionários respondidos por consumidores, após compras realizadas na internet. Por mês, são adicionados à base da Ebit 250 mil questionários.

A companhia confirmou ontem que, apesar de uma melhora do quadro geral, houve redução na previsão de desempenho do ano. A estimativa anterior era de alta de 12%. Deflação de preços afetou as projeções e a Ebit preferiu ajustar o cálculo para uma taxa mais “conservadora”, diz o presidente.

Para explicar a alta prevista de 10%, além de indicações de uma retomada gradual na demanda, há efeito da base de comparação fraca – 2016 foi o pior ano da história deste mercado.

Para 2017, a empresa de pesquisas prevê aumento de 3,3% no gasto médio por compra. Em relação ao número de pedidos, a alta prevista é bem maior, de 6,5%.

“É uma recuperação que está ocorrendo sustentada pelo maior volume de pedidos, que está compensando a deflação nos preços”, diz Guasti. Para 2017, a projeção é uma deflação de 4% a 5% nos preços na internet.

De janeiro a junho, o comércio eletrônico apurou alta de 7,5% nas vendas brutas. Para efeito de comparação, o varejo brasileiro apurou aumento na receita bem menor no mesmo período, de 1,9%, informou o IBGE nesta semana.

A Ebit ainda apurou elevação de 3,9% dos pedidos de janeiro a junho, mas o valor médio das compras subiu menos, 3,5% no primeiro semestre, passando de R$ 403,4 para 417,6. Telefonia e eletrodomésticos puxaram a receita no on-line em 2017, representando 22% e 19%, respectivamente, do faturamento total do setor.

Um dos destaques da pesquisa foi a queda no índice de compras feitas com frete grátis – sinal de maior busca por proteção de rentabilidade do negócio entre as empresa. Essa taxa caiu de 42% no segundo trimestre de 2016, para 38% no terceiro trimestre e diminuiu novamente para 36% no quarto trimestre do ano passado. A pesquisa não inclui as empresas OLX e Mercado Livre (que ampliou venda com frete gratuito neste ano), que não fazem parte dessa amostra.

Fonte Valor Econômico
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