Você já planejou seu orçamento para 2021?

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Por Luiz Muniz*

Posso dizer que somos privilegiados por viver o ano de 2020. Estamos chegando ao fim de um dos anos mais atípicos da história. Normalmente é comum encontrar empresas com um certo grau de incerteza ao planejar o próximo ano, e é por isso que elas têm uma certa dificuldade em elaborar seu orçamento.

Não apenas pela dificuldade de ter as informações passadas disponíveis no timming correto, as empresas têm dificuldades de estabelecer o orçamento, porque não conseguem perceber os sinais que o mercado já oferece hoje para o próximo ano. A consequência disso não é apenas a entrega do orçamento com o “jogo valendo”, isso é, entregar as metas de resultado nos meses de janeiro, fevereiro ou até março.

Isso impõe algumas dificuldades adicionais desnecessárias:
  • Com o atraso na entrega dos números, é muito comum negligenciar a etapa de planejamento. Quer dizer que o desdobramento orçamentário, engajamento de equipe e definição de ações não são feitas.
  • O tempo hábil para alcançar o resultado é menor. Passamos a ter nove meses para alcançar o resultado ante os 12, caso o orçamento fosse validado e divulgado ainda no mês de dezembro. E vale um ponto aqui: orçamento só termina com o plano de ação pronto e aprovado.
  • Com menos tempo, a pressão pela entrega dos resultados aumenta acima do necessário. Ações são tomadas nas tentativas e erros. A chance de sucesso diminui e nessa hora é muito comum o diretor interferir junto aos seus gestores.
  • As análises não são feitas como se devem. Os desvios orçamentários não são tratados até julho e é realizada uma revisão do orçamento (geralmente para pior) para o final do ano.

    Luiz Muniz, diretor da Telos Resultados
  • Durante o segundo semestre se iniciam novas conjecturas sobre o próximo ano, mas sempre na expectativa do “depende como vamos terminar o ano” ou “depende da decisão da diretoria”. E aí se começa um novo ciclo para o próximo ano.
  • E especificamente neste ano temos todas as incertezas que o mundo ainda vive em decorrência da pandemia da covid-19.

Longe de escrever dicas de alguma técnica ou boas práticas para se fazer um orçamento, deixo algumas premissas estratégicas para a elaboração do orçamento 2021:

 

  • O orçamento deve planejar sempre equilíbrio financeiro e lucro econômico. Esses pontos são inegociáveis.
  • Comece com os objetivos financeiros mais importantes: necessidade de capital de giro, capital de giro, saldo de tesouraria, margem líquida e margem Ebtida. Tenha em mente que esses são recursos para investir na melhoria do negócio, em melhores equipes, recompensar as melhores equipes e, por fim, remunerar o sócio.
  • Sua empresa deve crescer pelo menos à média de mercado.
  • Ter um plano de contas padrão é fundamental.
  • O crescimento do custo do produto vendido nunca pode ser maior que o crescimento da venda.
  • Traduza os indicadores orçamentários em indicadores operacionais para todos os níveis de comando.
  • Implante uma rotina de gestão ágil. Dez minutos por dia, com análises de indicadores parametrizados, já são suficientes para alcançar os resultados esperados (mesmo que 2021 ainda sinalize maiores incertezas).

Como mencionei, o ano vai chegando ao fim e esse é o melhor momento para elaborar suas estratégicas. Boa leitura e mãos na massa!!!

 

*Luiz Muniz É diretor da Telos Resultados, além de atuar como consultor de empresas em implantação de modelos de gestão em diversos segmentos, como o atacadista/distribuidor, distribuidor farmacêutico, varejo, têxtil, logística e indústria. Muniz também é colunista do Portal NEWTRADE. 
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