Varejo do Grande ABC registra prejuízo no bimestre

0 88

O primeiro bimestre foi de prejuízos para o setor varejista do Grande ABC. A retração de 3,3% no faturamento real (descontada a inflação) de R$ 4,84 bilhões representa perdas de R$ 29 milhões na comparação com o mesmo período de 2015. Em outras palavras, o comércio regional deixou de vender R$ 480 mil por dia entre janeiro e fevereiro.

Essas informações são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo, realizada pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), cedida com exclusividade ao Diário.

No balanço mensal, fevereiro registrou saldo positivo, com faturamento de R$ 2,4 bilhões, o que significa alta de 1,2% na comparação com o mesmo mês no ano passado. Esse resultado, porém, não significa uma melhora para o segmento varejista. Neste ano, por ser bissexto, o comércio contou com um dia a mais do que em 2015, o que significa R$ 83,4 milhões a mais nos cofres dos estabelecimentos, calcula o assessor econômico da FecomercioSP Guilherme Dietze.

“Um dia a mais de trabalho contribui bastante. Além disso, o desempenho dos supermercados é o único responsável pela alta. Se excluirmos esse ramo de atividade, a região apresentaria queda de 3,2%”, analisa ele.

No segundo mês do ano, só esse segmento cresceu 13%, o que contribuiu para 4,4 pontos percentuais do resultado geral. Esse aumento, entretanto, não deve ser considerado como tendência. “Não há dados que comprovem que o cenário comercial está mudando”, assinala Dietze.

Para o assessor, por se tratarem de produtos de primeira necessidade, os supermercados ajustaram o preço dos itens, devido à inflação e, por isso, tiveram alta no faturamento, diferentemente de todos os outros setores, que continuam apresentando tendências negativas.

No bimestre, os ramos que mais perderam vendas foram as lojas de vestuário apresentaram queda no comércio de 33,7%, as farmácias e perfumarias, que encolheram o faturamento em 18,1% e as lojas de móveis de decoração, onde os gastos recuaram em 11,7%.

A explicação para essas quedas é insegurança gerada tanto pelo alto desemprego como pela falta de garantia de emprego nos próximos meses e pela queda na renda do trabalhador.

Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.