Varejo: briga por herança dura 24 anos

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A disputa pela herança da matriarca da rede de varejo Pernambucanas, Helena Lundgren, morta em 1990, daria um bom romance. Para começar, a mãe de três filhos, Anita, Robert e Christina, deixou um testamento no qual privilegia Anita com 50% dos bens, o que é absolutamente legal, mas gera curiosidade.

Família e advogados não revelam o motivo da predileção por Anita, mas pessoas do mercado varejista apontam o tino comercial da herdeira majoritária e a proximidade da mãe. Anita Louise Regina Harley, hoje vice-presidente da rede, seria uma grande administradora, formada nos moldes da mãe, avessa a badalações e de vida reclusa. Na década de 1980, gigantes varejistas como Mappin e Sears foram à falência no Brasil. Helena já era herdeira e trabalhava na parte da antiga Casas Pernambucanas (fundada pelo seu pai, o sueco Herman Theodor Ludgren, que abriu a primeira loja em 1908) que lhe coube após partilha da companhia entre seus irmãos. Apenas o negócio tocado por ela sobrevive até os dias de hoje. Foi nessa época que Anita começou a trabalhar com a mãe, assim como Robert se envolveu nos negócios, enquanto Christina nunca se interessou.

Cinco netos de Helena (filhos de Robert, morto em 1999) reclamam na Justiça pelo não pagamento de dividendos e distribuição de ações. No testamento, há uma condição: a terceira geração só poderia se apropriar de ações e dividendos após o último neto atingir a maioridade, o que ocorreu em 2001. Os quatro filhos de Christina (morta em 2001) nunca moveram ações contra a tia ou pela herança. Anita não tem filhos.

Segundo o advogado dos filhos de Robert, Taney Queiroz e Farias, a estimativa é de que seus clientes tenham direito a R$ 650 milhões apenas em dividendos. Em 2013, uma decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o repasse das ações a cada um dos sobrinhos e o pagamento de dividendos gerados desde 2001, o que nunca ocorreu. O advogado de Anita, Augusto Quinute, afirma que ainda cabe recurso na decisão do STJ. “Tudo que for judicialmente determinado será cumprido. O valor e quantitativo das ações só será sabido quando terminar o inventário, o que está muito perto de ocorrer”, explica Quinute. Via IG.

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