Varejo alimentar responde por 6% das vendas de produtos para pets no Brasil

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Por Adriana Bruno, repórter do Portal Newtrade

Fofura eles têm de sobra e parece que capacidade de estimular um mercado que cresce sem tomar conhecimento da crise econômica brasileira, também. Por aqui, os pets já representam uma população de 132 milhões de animais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, os cães respondem por R$ 52 milhões de animais, seguidos por 38 milhões de aves; 22 milhões de felinos; 18 milhões de peixes e dois milhões de pequenos animais como répteis, por exemplo. Segundo o Euromonitor Internacional, o Brasil é o terceiro maior mercado de cuidados pet ou pet care do mundo, ficando apenas atrás dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Segundo o Instituto Pet Brasil, os pet shops são o canal de compras preferido pelos tutores de pets no país, respondendo por 80,9% dessa preferência; em segundo lugar está o varejo alimentar, com 6,1% e em terceiro, o varejo eletrônico, com 2,7%.

De acordo com Nelo Marraccini, vice-presidente de Comércio e Serviços do Instituto Pet Brasil, com base em 2017, percebe-se uma acentuada profissionalização do mercado pet no país. “Essa melhoria no treinamento de mão de obra faz diferença. No ano passado, o setor faturou R$ 32,92 bilhões, aumento de 5,8% em relação a 2016. Falando de varejo, o destaque são as lojas especializadas (pet shops), que representam a maior fatia no desempenho do setor, com resultado de R$ 26,61 bilhões”, comenta Marraccini. Ele ainda diz que o Pet Brasil detectou, em 2018, uma nova movimentação na cadeira de abastecimento. “Estamos observando aumento de pequenas redes – entre duas a 30 lojas – em um único CNPJ. Por conta desse detalhe, parece haver redução no “número de lojas”, mas é uma falsa sensação de queda. Empresários estão expandindo negócios, e já são mais de 200 pequenas redes no Brasil”, comenta.

De uma forma geral, os produtos relacionados ao mercado pet tiveram seu consumo aumentado a partir dos anos 2000, principalmente pela humanização dos animais de estimação. Mas o “boom” aconteceu em 2011, segundo conta o gerente de marketing da Special Dog, Fernando Manfrin. Segundo, ele embora tenha passado por uma retração no final de 2016, por conta da crise econômica, o mercado apresenta um leque de oportunidades de crescimento. “Atualmente, o brasileiro gasta cada vez mais com seus pets e estamos caminhando para nos tornar o segundo maior mercado consumidor deste segmento no mundo. Ressaltamos que ainda é um mercado promissor, que tem muito a ser explorado tanto pela indústria quanto pelo varejo e atacado”, comenta Manfrin. Para ele, este mercado é impulsionado pela mudança no comportamento das famílias. “Hoje, cães e gatos ganham cada vez mais espaço na vida de seus tutores e são parte importante do núcleo familiar. E para o mercado de pet food ocorre esse impulsionamento por se tratar de um produto de consumo diário”, diz. Ainda segundo Manfrin, os tutores dos pets são tão exigentes ao escolher e comprar os produtos, especialmente alimento, para seus animais quanto para o próprio consumo. “As pessoas têm informação sobre a importância da qualidade da alimentação oferecida e de que forma as mesmas impactam na longevidade e saúde de seus animais”, afirma.

Compradores não abrem mão de qualidade

Uma pesquisa divulgada em junho deste ano pela Mindminers, empresa especializada em pesquisa digital, apontou que 45% dos entrevistados declarou gastar entre R$ 101,00 e R$ 300,00 ao mês com seu cachorro e que 40% já compraram acessórios da moda para o pet. A mesma pesquisa apontou que os cães são considerados e tratados como família para 88% dos brasileiros. E estamos falando de um mercado que inclui desde alimentos como ração e petiscos, até acessórios, roupas, coleiras, guias, brinquedos, medicamentos, cuidados com os pêlos, higiene, limpeza doméstica, casinhas, entre outros. Segundo Marraccini, a maior porção do mercado sem dúvida alguma é o pet food, que representa 43,8% do faturamento do setor. “Em seguida, vêm os seguintes segmentos: venda de animais direto do criador para os tutores (14,17%); serviços gerais – como dog walkers, creches, adestradores, etc. (13,72%); serviços veterinários (12,76%); cuidados de higiene e bem-estar, chamados de Pet Care (9,75%) e produtos veterinários (5,74%)”, revela.

Ainda em relação ao tíquete médio, José Edson Galvão de França, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), a projeção atual do setor para 2018 de fechar o ano com faturamento na casa dos R$ 21,77 bilhões, levando em conta os números de janeiro a junho. “Temos então o reflexo da inflação atual, que faz com que projetamos um crescimento discreto. Para o ano que vem mantemos nosso otimismo cauteloso. Um dos motivos é a alta carga tributária que nos é imposta. Para se ter uma ideia: pelas regras atuais, entre IPI, ICMS e PIS/Cofins, os impostos da nossa indústria Pet chegam a 51,2% do preço total! Ou seja, a cada R$ 1 pago pelo consumidor, mais de 50 centavos são compostos somente de impostos”, comenta.

 

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