Supermercados canadenses ganham mais de US$ 3 milhões por ano com o arredondamento de centavos

0 210

Supermercados e mercearias canadenses estão lucrando com o arredondamento de moedas, de acordo com a pesquisadora Christina Cheung, da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver. A estudante de economia e matemática realizou um estudo que apontou que os varejistas ganham US$ 3,27 milhões (cerca de R$ 11 milhões) por ano com os centavos arredondados.

Desde 2012, o país pratica uma política que visa eliminar a circulação de moedas. Por isso, as compras feitas em dinheiro são arredondadas para cima ou para baixo de modo que o troco seja de no mínimo cinco centavos. A estudante queria saber se a medida estava beneficiando os compradores ou as lojas. “No curto prazo, mexer nos centavos não prejudica ninguém, mas eu queria saber qual seria o acumulado disso ao longo do tempo”, explicou Christina, que tem 19 anos.

Para investigar, ela e um amigo passaram um mês e meio documentando mais de 18 mil preços em mercearias e supermercados. Os dados, inseridos numa planilha, mostraram que a maioria deles terminava em US$ 0,98 ou US$ 0,99, números que resultam em arredondamentos de faturas para transações em dinheiro.

Pelo computador, a estudante usou um simulador para criar cestas de compras com vários itens dos locais onde colheu preços. Ajustou diferentes variáveis, como quantidade de impostos e métodos de pagamento que os consumidores são mais propensos a usar, de acordo com o Banco Central do Canadá.

O resultado apontou que embora o consumidor canadense não pague um preço extra muito significativo, os varejistas de todo o país estão lucrando alto com o arredondamento de centavos.

A pesquisa ganhou um concurso de melhor artigo de estudante de graduação, promovido pela International Atlantic Economic Society de Montreal. No próximo mês, o estudo será publicado no periódico oficial da organização.

O Conselho de Varejo do Canadá discorda das descobertas de Christina. Segundo informações do AGN News, o porta-voz da entidade declarou que os métodos usados pela estudante não refletem cestas de compras reais e não levam em consideração os impactos de vários impostos provinciais pagos sobre o valor total das faturas.

Ele observou que o valor médio das compras em mercearias do país é de US$ 53 e é resultado de um número maior de itens do que as cestas simuladas da estudante. “Não há nenhum plano nefasto aqui para roubar centavos”, declarou. Christina respondeu que sua intenção não é demonizar o comércio canadense. “Eu queria simplesmente olhar para uma situação que afeta diariamente a maioria dos consumidores canadenses”, disse.

Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.