Ragazzo quer vender até 30% do negócio

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O empresário Alberto Saraiva, dono do Habib’s, contratou o banco Bradesco BBI para iniciar um processo de venda de participação societária na rede de comida italiana Ragazzo ainda neste ano. Sete bancos estiveram na disputa pelo mandato de venda. Inicialmente, o plano é se desfazer de 15% a 30% da operação, afirma Saraiva.

A Ragazzo deve se tornar o maior negócio do grupo de alimentação neste ano, em número de pontos, superando o Habib’s — estima-se que as vendas anuais da rede de massas estejam em R$ 1 bilhão. A empresa não informa números. Fundos de investimento, que já sondavam o negócio, são potenciais compradores.

Desde 2019, com a melhora no desempenho do setor nos últimos dois anos, aumenta a busca por parte dos investidores de ativos na área de alimentação. A rede de restaurantes Madero prepara uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa eletrônica Nasdaq, dos EUA, e ainda há fundos e empresas avaliando a compra do Outback no Brasil.

Além do Bradesco BBI, disputaram o mandato de venda o Itaú BBA, Santander, Bank of America Merrill Lynch, JP Morgan, Morgan Stanley e BTG Pactual.

A busca por um sócio é um primeiro passo da Ragazzo para uma IPO em até anos, diz o empresário. Se o plano avançar como esperado, a venda de fatia e uma posterior oferta ocorrerá na Ragazzo antes do Habib’s.

“O que estamos pensando é um ‘M&A’ [sigla em inglês para fusão e aquisição] com a Ragazzo para um IPO posterior, e seguir depois com o Habib’s dentro dessa mesma ideia. Ocorre que, com a Ragazzo nós podemos avançar agora com isso porque é um negócio próprio, eu não tenho franquias dentro dela”. No caso do Habib’s, em que quase 60% do negócio são lojas franqueadas, o empresário considera possível buscar um fundo como sócio em 2021.

Segundo o empresário, a decisão de buscar sócios reflete a melhora no ambiente econômico, que exige aumentos nos investimentos e a necessidade de investidores globais buscarem novos ativos — num cenário atual de juros muito baixos. “Estamos num mercado de taxas negativas e há muita liquidez no mundo. Há fundos com bilhões parados”.

Caso evolua o IPO da Ragazzo, a intenção é uma oferta de ações secundária, com recursos para os atuais sócios, e primária para o caixa da rede.

As redes Habib’s e Ragazzo operam de modo independente. A ALSaraiva controla a Gennius Brasil (dona do Habib’s) e a Mercato Brasil (dona da Ragazzo).

Sobre o valor das empresas e cálculos de múltiplos para uma negociação, Saraiva prefere não comentar. Fontes do setor calculam que as vendas anuais das redes do empresário (o grupo inclui Tendall Grill e Box 30) tenham faturado R$ 3 bilhões em 2019. Cerca de 70% da receita vem do Habib’s e pouco menos de 30% da Ragazzo. A empresa não revela faturamento.

Atualmente, são cerca de 270 unidades da Ragazzo. O plano é abrir mais 170 em 2020 com recursos do aporte do novo investidor. Ao todo serão 440 unidades, enquanto o Habib’s tem cerca de 300. Mais da metade dos pontos da Ragazzo hoje são pequenos pontos, quiosques e carrinhos de salgados.

O empresário nega que os recursos com a entrada de um sócio na Ragazzo vão para eventual redução de alavancagem da rede.

Fonte Valor Econômico
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