PROTESTE encontra microrganismos em salmões comercializados por restaurantes do RJ e de SP

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Neste mês a PROTESTE Associação de Consumidores testou a qualidade de 10 amostras de sashimis à base de salmão comercializados em restaurantes japonês, localizados nas capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo, listados abaixo: 

Rio de JaneiroSão Paulo
RestauranteLocalRestauranteLocal
Tosaka Culinária JaponesaBarra da TijucaOguro Sushi & BarItaim Bibi
TaipingBotafogoDhaigo Japanese RestaurantItaim Bibi
ManekinekoCachambiSushi YassuLiberdade
Koni StoreRecreio dos BandeirantesOsaka Culinária JaponesaMoema
  GendaiPinheiros
  Flying SushiVila Mariana

 

Atualmente observamos uma difusão do costume de consumir alimentos provenientes da culinária japonesa, como por exemplo, os sashimis. Esse prato à base de pescado cru tornou-se sinônimo de “comida saudável”. Entretanto, por sua composição combinada à alta manipulação e ao fato de serem consumidos crus, esses alimentos tornam-se extremamente vulneráveis à contaminação e degradação.

Alguns aspectos – como: acondicionamento e transporte, atividade de água, habitat, hábitos de higiene dos manipuladores de alimentos, tempo de exposição nas prateleiras e a ação de enzimas e sucos digestivos – estão diretamente relacionados à qualidade do pescado fresco.

Com o objetivo de avaliar a qualidade do salmão comercializado pelos restaurantes, a PROTESTE verificou a presença de microrganismos patogênicos (que podem trazer riscos à saúde) e indicadores de higiene. Entre eles estão: Coliformes totais, Escherichia coli, Estafilococos coagulase positiva, bolores e leveduras, Aeromonas sp., Vibrio parahemolyticus e cholerae, Salmonella spp.

Os resultados do teste mostraram que nem todos os estabelecimentos armazenam e/ou preparam esse prato com os devidos cuidados. Dentre os 10 restaurantes testados, 9 apresentaram microrganismos indicadores de higiene. Apenas o restaurante Gendai não apresentou nenhum microrganismo, desse grupo, acima dos limites aceitáveis.

Apesar de nem sempre serem prejudiciais à saúde, sua presença pode indicar condições sanitárias inadequadas durante o processamento, produção e armazenamento. Podem ser uma fonte de contaminação dos produtos e em grandes quantidades podem deteriorar o alimento.

Nas amostras dos restaurantes Taiping, Fluing Sushi, Oguro e Sushi Yassu, foram encontrados microrganimos mesófilos aeróbicos, cuja presença pode indicar que o alimento foi armazenado em uma temperatura inadequada. Já na pesquisa de bolores e leveduras, somente o Tosaka e o Flying Sushi apresentaram quantidades acima do aceitável, sugerindo que o salmão poderia estar contaminado antes do preparo do sashimi.

Quanto aos microrganismos patogênicos, é preciso levar em consideração a espécie envolvida e a quantidade ingerida para que haja danos à saúde. A idade e a imunidade da pessoa também determinam a forma como o corpo vai reagir.

Foram encontradas duas dessas bactérias nas amostras testadas pela PROTESTE. A primeira é a Listeria monocytogenes, capaz de crescer sob refrigeração e até resistir ao congelamento. Essa bactéria foi encontrada nas amostras dos restaurantes Taiping, Gendai e Flying Sushi.

A segunda bactéria patogênica, encontrada foi a Aeromonas sp, que pode causar diarreia, e enfermidades pouco relatadas tais como peritonite, e infecções. Em imunodeprimidos, pode causar septicemia, meningite, dependendo da quantidade ingerida. Nossas análises, no entanto, não determinaram a quantidade presente nos sashimis dos restaurantes e por isso não podemos determinar o potencial de risco que oferecem, já que baixas quantidades dificilmente serão nocivas à saúde de indivíduos saudáveis. Elas estavam presentes nas amostras do Taiping, Dhaigo e Sushi Yassu.

As análises foram enviadas pela PROTESTE às vigilâncias sanitárias locais, pedindo fiscalização mais frequentes nesses estabelecimentos.

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