Participação das vendas online dobra e Carrefour tem salto de 73% no lucro

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rede de hipermercados Carrefour obteve alta de 73,9% de seu lucro líquido no primeiro trimestre de 2018 ante igual período do ano anterior, chegando a R$ 280 milhões. O salto se dá em um momento em que a francesa eleva os esforços em plataformas digitais.

Com a inserção de venda de produtos alimentares na operação digital, o Carrefour registrou aumento de mais de 20 vezes no volume de encomendas online. “Em meio ao cenário de deflação de alimentos, nossas vendas brutas aumentaram 6,6%, para R$ 4,6 bilhões, entre o primeiro trimestre de 2018 e o mesmo período do ano anterior”, afirmou o CEO do braço atacadista do Carrefour, Roberto Mussnich. Esse valor, explica o executivo, engloba tanto operações digitais quanto lojas físicas.

O percentual de participação do e-commerce nas operações totais de venda saltou de 3% para 6,3% na comparação entre os dois períodos. De acordo com a diretora executiva da área de transformação digital do Carrefour, Paula Cardoso, as mudanças e investimentos nesse canal resultaram em incremento de “58% no número de visitantes virtuais e aumento de 13% no tíquete médio dos produtos.”

Os investimentos em plataformas digitais fazem parte da uma estratégia voltada à omnicanalidade – integração entre canais físicos e virtuais. Entre os objetivos da empresa até o final do ano está a meta de implementar em todos os hipermercados Carrefour o conceito de click and collect – em que os clientes compram via internet e retiram os itens em pontos físicos. Até o momento, o modelo funciona em sete unidades, todas em São Paulo.

Ainda em relação aos investimentos no canal digital, a francesa tem como meta, até o final de 2018, chegar a 9 milhões de clientes cadastrados no sistema e triplicar o número de itens disponíveis no ambiente virtual. Hoje o contingente soma 208 mil produtos.

Atacadão

No que diz respeito ao desempenho dos pontos fixos da rede, o CEO do Carrefour Varejo, José Luiz Gutierrez, afirma que a melhora nesse trimestre está atrelada ao ganho de escala com maior produtividade e movimento de expansão na abertura de unidades físicas voltadas para o atacado.

A rede varejista abriu quatro novas lojas sob a bandeira Atacadão nos primeiros três meses deste ano. No próximo trimestre, a meta é inaugurar mais seis unidades no mesmo modelo. “Apesar da base de comparação ainda desafiadora, num cenário persistente de deflação de alimentos e das commodities, as vendas brutas do Atacadão cresceram 5,7%, para quase R$ 8,4 bilhões, no primeiro trimestre de 2018.”

Segundo Gutierrez, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 15%, chegando a R$ 467 milhões, sobre o mesmo período do ano anterior.

Na opinião do analista de negócios da Guide Investimentos, Rafael Ohmachi, o movimento do Carrefour vem em linha com o visto no Grupo GPA – dono da marca Assaí – já que ambos têm procurado intensificar suas operações por meio do modelo atacadista, a fim de amenizar o impacto da deflação dos alimentos com maior volume de vendas.

“O que temos visto é que o atacadão está puxando a margem de receita e geração de caixa do Carrefour, com justamente o ganho de marketshare”, argumentou o analista. Para Ohmachi, apesar da deflação ter sido a pedra no sapato dos varejistas alimentares nos últimos meses, para o segundo semestre, a estimativa é que os preços melhorem.

Outros fatores que ajudaram a impulsionar o resultado da rede foram as renegociações nos contratos com fornecedores, que começaram ano passado, e a redução de 2,5 mil postos de trabalho entre o último trimestre de 2017 e o primeiro de 2018. O executivo lembra que datas importantes para o varejo, como a Páscoa e a aproximação da Copa do Mundo, aqueceram o movimento nas lojas e – no caso do mundial – elevou a vendas de eletroeletrônicos.

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