Panvel quer abrir mais de 55 lojas em 2021

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A Dimed, dona da rede de farmácias Panvel, vai abrir até o fim do ano 45 lojas, um recorde para a história da Panvel, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, Antônio Napp. Ele acrescentou que a Dimed já possui acordos encaminhados para inaugurar pelos menos 55 novas unidades em 2021.

Por conta da pandemia de covid-19, a Dimed postergou temporariamente a abertura de novas lojas ao longo do segundo trimestre, como forma de proteger o caixa e reduzir os custos durante o período. Com a melhora do cenário, retomou os investimentos em novas lojas no fim do segundo trimestre.

Napp destacou que as novas lojas devem estar concentradas na região Sul do país, mas disse que a empresa aproveitará as oportunidades que surgiram para abrir novas unidades em São Paulo.

Na teleconferência com analistas e investidores, realizada nesta sexta-feira, o diretor financeiro da Dimed informou que a empresa vai investir cada vez mais em lojas de modelo popular, para atender a um público de baixa renda. Segundo ele, estas unidades, localizadas em periferias e alguns centros urbanos, terão uma oferta de produtos diferentes dos vendidos em unidades tradicionais, além de um trabalho maior com promoção.

“Esse é um modelo que nos permite colocar lojas em locais que se fosse o outro modelo seria visto como algo ‘alienígena’ àquele local”, disse Napp. “Não estamos abrindo um outro negócio. Nossa missão é deixar claro que a Panvel atinge todos os públicos.”

Além de lojas, a Dimed pretende inaugurar um novo centro de distribuição, localizado em São José dos Pinhais, no Paraná, em janeiro, para atender prioritariamente às operações em Santa Catarina, São Paulo e no próprio Paraná.

Assim como as lojas, os investimento no centro de distribuição foram retomados ao fim do segundo trimestre, por conta da pandemia. Napp informou que ele deve receber as primeiras mercadorias no quarto trimestre. Ele terá capacidade inicial para 200 mil unidades de produto, podendo chegar a 400 mil unidades.

Resultados

Para a diretoria da Dimed, o resultado no segundo trimestre foi satisfatório, considerando as circunstâncias e o desempenho dos concorrentes e já há sinais de crescimento das vendas.

Entre abril e junho, o lucro líquido caiu 82% na comparação com o segundo trimestre de 2019, para R$ 3,4 milhões. A receita líquida caiu 4%, para R$ 623,5 milhões, com a receita bruta do varejo recuando 2%, a R$ 595 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 49%, para R$ 19,3 milhões, com a margem recuando 2,6 pontos percentuais, para 2,9%. O período, segundo a empresa, teve muito impacto da pandemia de coronavírus.

“Após a aceleração de vendas observada no mês de março, as medidas de isolamento social praticadas em todo o país reduziram de maneira significativa o tráfego de clientes em nossas lojas, bem como reduziram a quantidade de consultas e procedimentos médicos do período, levando a uma queda na demanda de vários de nossos produtos”, diz trecho do relatório de resultados.

A Dimed informou que se não fosse pelo fechamento temporário de lojas importantes, especialmente em shopping centers, as vendas teriam crescido 5% no período.

A empresa destacou que as vendas estão reagindo, tendo crescido 4,4% em julho. “Excluindo os efeitos das lojas fechadas em shopping centers, a evolução da venda em julho seria de 12,6%”, diz a Dimed.

“Para nós, o pior da pandemia já passou. Olhando o terceiro trimestre, acreditamos em um bom desempenho e um ainda melhor no quarto trimestre”, observa Napp. “Vamos crescer e vamos crescer com muito resultado.”

O diretor financeiro e de relações com investidores da empresa destacou a expansão das vendas pela internet. A bandeira Panvel de farmácias apresentou um crescimento de 72,4% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 17,8% de participação na venda total do segmento de varejo.

O executivo explicou que a margem do segmento online está muito em linha com a vista no varejo físico, diante do modelo de negócios integrado praticado pela empresa, com muitos dos produtos comprados pela internet vindo das próprias lojas. “Entendemos que venda online, cujo crescimento vai acelerar, não vai trazer impactos relevantes de margem. Ela, inclusive, ajuda nas vendas média das lojas”, disse Napp.

Em relação à geração de caixa e endividamento, afetados pela pandemia, a expectativa da Dimed é de normalização no segundo semestre. A companhia aumentou seu ciclo de caixa em 27 dias no segundo trimestre por causa da queda nas vendas, enquanto a alavancagem financeira passou de 0,94 vez no primeiro trimestre para 1,53 vez no segundo por conta da captação de R$ 100 milhões para garantir liquidez.

 

Fonte Valor Econômico
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