Para Fernando Blower, diretor executivo da ANR, o food service já sente fortemente o impacto da inflação. “É preciso analisar dois momentos no contexto da pandemia. O primeiro, quando todo o setor foi fechado por mais de 100 dias em 2020 e encontrou no delivery o único modo de sobreviver. Agora, mais recentemente, o setor está aberto e na maior parte do País já opera sem restrições. Mas o movimento não voltou ao período pré-pandemia e a inflação já impacta os negócios. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação da alimentação no setor chegou a 13,27%, sendo que o índice chegou a passar de 30% no caso de proteínas e embalagens. Embora o setor tenha tentado segurar ao máximo, não há como achatar as margens e os estabelecimentos acreditam que serão obrigados a repassar alguns valores aos consumidores”, afirma Blower.
Sobre os tipos de lançamentos como estratégia para se destacar da concorrência e aumentar a rentabilidade no mercado de Food Service, as redes ouvidas diversificaram bastante nesta questão. Neste caso, 47% optaram por produtos para reduzir os custos de CMV (Custo de Mercadorias Vendidas), 33% investiram em comida saudável, 20% em produtos de fornecedores locais ou artesanais, 17% em produtos identificados como feitos com produtos naturais e 17% em plant-based, os alimentos veganos a base de plantas. Um dado curioso revela por qual tipo de abastecimento os negócios estão optando para atuar por meio do delivery. Com base nesta questão, 66% recorrem a supermercados e mercados locais, 46% distribuidores especializados, 35% atacados e cash&carry, indo retirar no local; além de 29% que recorrem ao e-commerce ou marketplaces.
Levando em consideração a pesquisa completa, e não apenas os modelos de negócios 100% delivery, há novas perspectivas. Mesmo com a retomada gradativa dos salões, o delivery continua a representar uma parcela significativa do faturamento do setor. Segundo a pesquisa, a participação saltou de 24% pré-pandemia para 39% em média atualmente. Além disso, 85% dos estabelecimentos pretendem manter este canal de vendas.
“Os desafios impostos pela pandemia ao setor, somados ao avanço do delivery e plataformas digitais, aceleraram e trouxeram novas oportunidades a milhares de pessoas que perderam suas rendas e possuem um perfil empreendedor. Este é um dos movimentos transformacionais da indústria de Foodservice nesse novo momento”, comenta Ely Mizrahi, presidente do IFB.
A pesquisa mostrou ainda que o Foodservice brasileiro continua a atrair investimentos, com 31% dos bares e restaurantes buscando pontos para expandir e 30% buscando incorporar novas marcas virtuais, outros tipos de serviços e ofertas de produtos dentro do seu local atual. Dentre as estratégias futuras, merecem destaque ainda: