Modelos de hipermercado está ameaçado de morte

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Para Charles Desmartis, presidente da Carrefour Brasil, o formato de hipermercados não está morto, mas precisa ser atualizado. Em conversa com o BTG, posteriormente divulgada pelo banco, o executivo deu detalhes sobre as iniciativas internas que visam justamente reviver essa fatia do mercado.

Em anos recentes, o formato tradicional dos hipermercados tem sofrido crescente competição de players menores que atuam de forma mais regional, tanto no modelo “cash and carry” (atacarejo) como no de lojas de conveniência, com sólido conhecimento especificamente do mercado onde atuam. Para o BTG, a vantagem da regionalização tende a ser um dos maiores fatores para o possível desaparecimento das redes gigantes.

O banco destaca que, em 2016, as vendas das cadeias regionais cresceram 7,1% frente a 2015 em termos reais, em comparação com aumento de 1,1% para os três maiores players – o Walmart sozinho viu queda de 7,8%.

No ponto de vista do Carrefour, esse novo padrão de consumo não significa a morte do modelo, que corresponde a 70% das vendas em varejo da companhia. Para competir com as “cash and carry”, no entanto, as redes que operam nesse formato devem oferecer melhor experiência de consumo ao aplicar uma combinação de execução, localização privilegiada, sortimento, e, notadamente, approach mais regionalizado, atentando ao padrão de consumo do endereço onde se encontra.

O BTG acredita na abordagem. “Conforme aumenta a saturação das lojas cash-and-carry, a companhia espera preservar o ritmo de crescimento saudável dos últimos anos”, escreveram os analistas de varejo.

Grande diferencial do modelo de hipermercados, as vendas de itens não-alimentícios já correspondem a aproximadamente 35% do total das lojas desse formato. Isso é uma vantagem em termos competitivos e financeiros, conforme a inflação dos produtos alimentícios passa por “aparente queda-livre” desde o primeiro semestre de 2016, explica o BTG. Em termos de estoque, a disponibilidade aproximadamente 4 vezes maior para os hipermercados os coloca também à frente das lojas regionais.

Atacadão

Sobre o modelo de atacado, formato onde o Carrefour atua com a bandeira Atacadão desde 2007, o BTG é mais otimista: para os analistas, este deve continuar sendo o maior driver de crescimento para a companhia como um todo, e as perspectivas são bem positivas: com 11 novas lojas em 2017, o potencial é de dobrar o número de pontos de venda com esse rótulo.

Nos últimos 10 anos, os resultados do Atacadão foram consistentemente positivos. “Além de deter 88% dos imóveis onde as lojas funcionam, o que significa uma vantagem na margem de lucro, o Atacadão tem uma política de negociação constante com os fornecedores, o que ajuda a evitar pagamento de bônus e normalmente se reverte em preços menores para os consumidores”, destaca o BTG.

Fonte InfoMoney
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