Mineiros querem supermercados abertos aos domingos

0 226

A cada cem moradores de Belo Horizonte, 84 são a favor da abertura dos supermercados aos domingos, segundo enquete feita no site da Câmara Municipal de Belo Horizonte, para pegar a opinião da população, antes de votar em segundo turno um projeto que proíbe esse funcionamento. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), 73% querem que as lojas funcionem aos domingos. A vontade da maioria foi refletida na audiência pública realizada ontem na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir o tema. A Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Casa, onde também tramitam dois projetos contra a abertura do comércio aos domingos, decidiu enviar um requerimento para os vereadores, recomendando que o projeto de lei municipal seja cancelado.

Entre os argumentos defendidos pelos deputados, está o impacto na geração de empregos, num momento de recessão. A proibição geraria imediatamente a demissão de 46 mil pessoas em Minas Gerais, o que triplicaria o atual exército de desempregados do Estado que, de janeiro a abril, fechou 21,8 mil vagas formais, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Antônio Claret Nametala, estima que a proibição provocaria 35 mil demissões nos supermercados de todo o Estado, cerca de 20% dos funcionários. “O setor cumpre a legislação trabalhista e quem trabalha aos domingos ganha hora extra e tem direito a folga. Continuamos a defender a isonomia e a livre iniciativa. Quem quiser fechar, fecha, sem ser obrigação”, considera Nametala.

Segundo ele, a aprovação desses projetos pioraria ainda mais a situação econômica. “Em 2015 crescemos 0,7% e geramos 8.000 postos de trabalho. Para 2016, nossa projeção é crescer só 0,5% e gerar 5.000 vagas”, afirma. As três proposições ( uma municipal e duas estaduais) que tratam da proibição da abertura do comércio em Belo Horizonte e em Minas aos domingos se baseiam no direito dos trabalhadores em passar o fim de semana com a família.

Com a medida, os shoppings demitiriam 15%, o que daria cerca de 11 mil cortes. Para o presidente da Abrasce, Glauco Humai, o que precisa ser mudado não é a possibilidade de abrir ou não o comércio aos domingos, mas sim a legislação trabalhista. “Em nenhuma outra cidade do país há qualquer proposta semelhante a essas de Belo Horizonte. O domingo é o segundo ou terceiro dia preferido das pessoas para passear e fazer compras nos shoppings. É um retrocesso proibir a abertura das lojas”, considera.

Segundo levantamento feito pela Hello Research com 402 entrevistados em Belo Horizonte, a pedido da Abrasce, 21% são contra a abertura dos shoppings aos domingos por considerar que este é um dia de descanso. Já 55% são a favor, alegando falta de tempo durante a semana. A pesquisa também revela que, na preferência de dia para passear no shopping, o domingo é o segundo (39%), atrás do sábado (55%).

Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.