DPSP investirá R$ 350 milhões em reformas e 80 novas lojas

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O aumento da distância em relação à líder Raia Drogasil, o avanço das Farmácias Pague Menos e as pressões por resultados que levaram à troca na direção sacudiram o Grupo DPSP. A reação chega com investimentos de R$ 350 milhões ainda este ano, somados ao plano de abertura de 80 lojas.

As informações partiram do atual CEO Jonas Laurindvicius, em entrevista ao O Estado de S. Paulo. Ele assumiu o comando no início de julho depois de atuar por cinco anos como diretor de logística. Segundo o executivo, os recursos para expansão virão do próprio caixa da companhia, que faturou R$ 11 bilhões no ano passado e ocupa o segundo lugar no ranking do varejo farmacêutico nacional, segundo a Abrafarma.

O novo aporte será destinado não apenas a novas unidades, como também à reforma das lojas já existentes e dos centros de distribuição. Hoje, a controladora da Drogaria São Paulo e das Drogarias Pacheco reúne 1,4 mil PDVs em sete estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e Paraná –, além do Distrito Federal. Os seis primeiros contam com CDs.

O plano de crescimento, porém, ainda soa mais tímido na comparação com a concorrência. Enquanto a DPSP teve evolução de 10% no faturamento do ano passado, a Raia Drogasil subiu 15% ao atingir R$ 21 bilhões e projeta 240 novas lojas até 2022. A Pague Menos vai inaugurar 200 em dois anos e ainda espera a aprovação da compra da Extrafarma, estimada em R$ 600 milhões e que a posicionaria como a segunda maior rede de farmácias do país.

No entanto, a julgar pelo ranking setorial, o investimento em reformas representa uma estratégia certeira. Embora seja vice-líder em receita, a rede cai para a sétima posição quando o critério é a proporção de faturamento por loja, que mede o aproveitamento do ponto de venda. Nesse quesito, o grupo está atrás, inclusive, de duas conterrâneas das Drogarias Pacheco – as cariocas A Nossa Drogaria e Drogaria Venancio.

Sem IPO, mas com foco em serviços

Laurindvicius é enfático ao comentar sobre possibilidades de abertura de capital. “Não temos nenhuma intenção de fazer um IPO”, crava. A aposta firme no crescimento orgânico também não inclui, em um primeiro momento, a chegada em novos estados. De acordo com o CEO, o plano é alcançar as metas de participação de mercado em cada região onde está presente. Esses números são guardados a sete chaves.

O incremento dos serviços farmacêuticos integra a estratégia de expansão. Em junho deste ano, a DPSP deu início a uma parceria com a Docpass, que oferece consultas médicas online aos clientes do grupo. A plataforma dispõe de mais de 30 especialidades médicas, garantindo atendimento 24 horas e integração com o portal de prescrição eletrônica e o canal de e-commerce.

Possibilidades de venda

Os rumores sobre uma possível venda ainda rondam a DPSP. No ano passado, a rede teria mantido conversações com a Femsa. A CVS também aventou interesse. As últimas informações de bastidores dão conta de um possível interesse das Farmácias Guadalajara, varejista mexicana com mais de 2 mil drogarias e faturamento anual em torno de US$ 4 bilhões.

Mas as especulações esbarram sempre na complexa estrutura societária. Sentam-se à mesa quase 20 sócios. De um lado, acionistas da Drogaria São Paulo seriam mais favoráveis à venda, ao contrário da família Barata, dos ex-donos da Pacheco e que detém o controle majoritário – 54%.

 

Fonte Panorama Farmacêutico
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