Desempenho fraco marcou o resultado 2015 do Casino

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Após vários trimestres com termos elogiosos à operação brasileira, o resultado de 2015 do Casino, divulgado na quarta-feira, 9, teve tom bem menos otimista.

“Os resultados foram primariamente afetados pela desaceleração econômica no Brasil e pelo impacto das taxas de câmbio”, resume o balanço da empresa.

Segundo o grupo francês, que controla bandeiras como Pão de Açúcar, Extra e Casas Bahia, os problemas da subsidiária brasileira vão desde a inflação, que corroeu a margem dos supermercados, até uma fraude descoberta no comércio eletrônico.

O desempenho mais fraco no Brasil fez o conglomerado fechar 2015 com um prejuízo líquido de 43 milhões euros, revertendo lucro de 253 milhões de euros obtido no ano anterior. A varejista também informou que as vendas líquidas recuaram 4,8% no período, para 46,15 bilhões euros, pressionadas pelo um declínio no negócio de eletrônicos da América Latina.

Apesar da piora dos números da filial brasileira, o principal executivo da varejista francesa, Jean-Charles Naouri, reafirmou a aposta no País.

“Eu realmente continuo acreditando no Brasil”, disse Naouri em apresentação aos acionistas e analistas em Paris.

“O Grupo Pão de Açúcar é uma operação que já criou valor para o grupo e somos líderes em alimentos e não alimentos em um país de 200 milhões de habitantes. Esse é um grande ativo.”

O executivo lembrou que o Casino já viveu outras crises no Brasil e afirmou que o próprio avanço do grupo no País aconteceu especialmente em momentos de turbulência. “Sempre investimos, mesmo em tempos de crise, como em 1997 e 1998. Naquela época, o Brasil e o Grupo Pão de Açúcar estavam com problemas.”

Naouri acredita no avanço dos indicadores da operação brasileira. “Os números mostram que há dificuldade. Estamos monitorando e há potencial de melhorar”, disse.

“Países têm altos e baixos e, nesse contexto, temos de cortar custos e investimentos e ter disciplina financeira. A Via Varejo tem números negativos, mas cada vez menos negativos.”

No principal negócio da empresa no Brasil, os supermercados, a companhia disse que “o custo da inflação colocou pressão sobre a margem em um ambiente de fraco crescimento das vendas” de alimentos.

Apesar disso, a varejista citou que o segmento mostra “resiliência”, com destaque para a alta renda e a operação de atacarejo.

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