Com dólar instável, inflação dos supermercados volta a subir em setembro

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O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista dos Supermercados (APAS) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), voltou a subir depois de ter ficado estável no mês anterior. Em setembro, a inflação foi de 0,37% no comparativo com agosto. Com este resultado, o acumulado do ano agora apresenta inflação de 3,58%.

“Os produtos importados e que tem matéria-prima cotada em dólar novamente voltaram a subir e começam a colocar uma pressão maior no índice como um todo. A persistência da moeda americana em ficar em patamares acima de R$ 3,70 deixa o setor supermercadista em alerta, o que pode resultar em uma revisão da previsão do índice final de 2018 (em janeiro, a APAS previu inflação entre 3% a 4%)”, explicou o novo presidente da Associação Paulista de Supermercados, Ronaldo dos Santos.

Em setembro, das 28 categorias analisadas 19 tiveram aumentos no preço. No mês anterior os aumentos foram mais contidos e chegaram a 15 categorias.

Destaques de Setembro

O dólar continua sendo o fator que acelera os preços de diversas categorias, principalmente daquelas que dependem de commodities em seu processo de fabricação ou são importadas. As que apresentaram maior aumento e tem maior impacto no dia a dia do brasileiro são: massas (3,29%); biscoitos (1,86%); panificados (0,83%); produtos de limpeza (1,90%); produtos de higiene e beleza (1,08%).

“Estes são aumentos relevantes porque já foram contabilizados após o restabelecimento dos estoques. Com isso, conseguimos mensurar o que os novos patamares do dólar, concentrados acima de R$ 3,70 e chegando a R$ 4,10, podem representar nas gôndolas caso sigam persistindo em alta”, avaliou o economista da APAS, Thiago Berka.

Do outro lado da balança, o leite voltou a cair (4,99%) com o início da safra do segundo semestre, juntamente com tubérculos e verduras. No caso dos tubérculos a estabilização da oferta de cebola e batata fizeram ambas caíram, respectivamente, 29% e 18%. São José do Rio Pardo obteve uma safra excelente, 15% maior que 2017 e fez os preços despencarem. O mesmo caso da batata que veio com uma safra de boa qualidade nos centros produtores.

“O aumento do índice geral seria muito maior do que 0,37% se não fosse o desempenho destas três categorias (leite, tubérculos e verduras)”, concluiu o economista da APAS.

Bebidas

Os preços das bebidas alcoólicas tiveram inflação de 1,34% com a cerveja aumentando 1,03% e o vinho, em grande parte importado, aumentou 4,10%. Já as bebidas não alcoólicas apresentaram inflação de 0,88%, com refrigerante (0,86%) e água mineral (2,01%) como os destaques.

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