BR Distribuidora e Lojas Americanas discutem parceria em lojas de conveniências

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A BR Distribuidora iniciou uma nova fase para buscar um sócio para suas 1.254 lojas de conveniência BR Mania, presente nos postos de combustíveis da companhia e criada em 1994. Nesta sexta, a empresa e as Lojas Americanas divulgaram um memorando de entendimentos para uma possível parceria estratégica. Mas há outros interessados na empresa, que conta com mais de 160 produtos com a marca própria BR Mania e que registra por ano cerca de 82 milhões de transações.

Como o acordo entre BR e Lojas Americanas não é exclusivo, outras empresas da área de varejo e de tecnologia do Brasil e do exterior também estão interessadas e já com acordos de negociação firmados. O objetivo é acelerar a expansão da rede, que opera pelo modelo de franquia, e aumentar a geração de valor para a BR, que é remunerada por meio do pagamento de taxas de franquia e royalties pelo uso da marca.

– A BR está estudando o melhor modelo, que vai depender do parceiro escolhido. Uma ideia da empresa é contar com vários parceiros pelo país – disse uma fonte ligada ao projeto.

A BR ainda destacou que o processo competitivo para definição do parceiro está sendo conduzido pela BR Partners e conta com a participação de outros potenciais candidatos. Em julho, a Petrobras vendeu o controle da BR Distribuidora em operação que chegou a R$ 9,6 bilhões.

Hoje, a BR Mania está presente em apenas 16% das 7.797 postos BR no Brasil. A meta, apresentada a investidores, é que há potencial para dobrar o número das lojas de conveniência em três anos. A BR Mania teve seu processo de venda iniciado em 2018:

– Pode ser que haja uma solução até o fim deste ano. Mas desenvolver um modelo para aumentar a rentabilidade da BR Mania é complexo – completou essa fonte.

Em comunicado, a BR disse que a assinatura com as Lojas Americanas “representa mais uma etapa no processo de definição do novo modelo de negócio de conveniência e da possível parceria, que tem como objetivo promover a expansão da BR e maximizar a geração de valor”. As Lojas Americanas lembraram que as discussões “encontram-se em estágio preliminar”. Segundo a varejista, permanecem indefinidos quaisquer termos ou condições relevantes.

Um analista de varejo destacou que o negócio tem riscos a futuros investidores. Isso porque os prazos médios negociados nos contratos de franquia são de 5 a 10 anos.

– A BR não consegue garantir aos interessados que esses contratos de franquia serão renovados ou que haverá condições de negociar renovações em termos e condições favoráveis.

Para o analista Andres Estevez, da Brasil Plural, o anúncio representa um avanço nas discussões e pode ser um importante impulsionador de Lojas Americanas caso a parceria seja firmada, pois permitiria à empresa acelerar rapidamente seus negócios em lojas de conveniência.

Analistas do Itaú BBA ponderaram que o interesse da Lojas Americanas em um acordo com a BR Distribuidora não é novo, pois as empresas negociam desde 2016, sendo que a novidade no anúncio é celebração de um memorando de entendimento.

“Embora vejamos a parceria como um meio de crescimento para a Lojas Americanas, o impacto geral da expansão por meio do formato de loja de conveniência é relativamente pequeno”, avaliam, ressaltando que a notícia vem três semanas após o anúncio da joint venture entre Raízen, da Cosan e Shell, e Femsa para operar lojas de conveniência e proximidade no Brasil, trazendo mais competitividade ao formato no país.

Fonte Época Negócios
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