Raízen e Raia Drogasil são vencedoras do ‘Estadão Empresas Mais’

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O Estadão realizou na quinta-feira, 13, a cerimônia do prêmio Empresas Mais, que celebra as companhias de melhor resultado e impacto positivo na economia em 23 setores. Para a escolha das três primeiras colocadas em cada um dos segmentos foi analisado um conjunto de 3,6 mil companhias brasileiras, em parceria com a FIA e a Austin Rating. O evento ainda elegeu as melhores práticas em governança corporativa e inovação.

Além das vencedores em cada setor da economia, o Estadão Empresas Mais escolheu duas grandes vencedoras do ano: na categoria empresa, a escolhida foi a líder em varejo farmacêutico no País, a Raia Drogasil, que também venceu na categoria varejo. Já o grupo econômico vencedor deste ano foi o Raízen, dono de negócios como a rede de postos de combustível Shell no País, que foi o primeiro colocado também em atacado e distribuição.

O evento, que contou com a presença do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, destacou os desafios da economia brasileira em um momento de transição política no País. Em seu discurso, ele afirmou acreditar que o Brasil “tem condições de ter um padrão de crescimento superior ao que tem hoje” e defendeu a manutenção de agendas de reformas iniciada por Michel Temer pelo próximo governo.

“O lado externo da economia está bem arrumado, mas existe um enorme problema fiscal que precisa ser enfrentado”, disse Guardia, durante o evento. “A agenda de reformas é de absoluta necessidade, em especial a da Previdência. É um tema fundamental para deslocar o nosso potencial de crescimento.”

O diretor-presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita Neto, destacou o momento de transição que o Brasil vive com as eleições de outubro e destacou que, nesses tempos de transição, as empresas têm feito a “lição de casa” tanto em gestão quanto em inovação. Ele destacou ainda a atuação de Guardia na “passagem de bastão” dos rumos econômicos para o próximo governo, sempre com o foco no controle de despesas.

O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, afirmou que os empresários brasileiros devem ser considerados “heróis” depois de enfrentar dois anos seguidos de recessão, em 2015 e 2016, o pior resultado nacional desde a depressão da década de 1930. “O Brasil tem de ser protagonista do crescimento global, e não estar nas capas de jornais como exemplo de corrupção”, afirmou.

Empresas vencedoras

O presidente da Raia Drogasil, Marcílio Pousada, afirmou que o prêmio promovido pelo Estadão veio como um reconhecimento para a atuação de uma empresa que está presente em 22 Estados, com 1.750 lojas e 33 mil funcionários. Ele lembrou que a companhia trabalha para implantar um sistema de atendimento uniforme em todos o País, tentando atrair um perfil de funcionários de “gente que gosta de gente”.

Com a previsão de abrir 240 lojas neste ano, e já com contratos firmados para outros 240 pontos de venda para o ano que vem, Pousada diz que a Raia Drogasil já começa a desenvolver lideranças locais para gerenciar suas lojas em regiões onde entrou mais recentemente, como o Norte e o Nordeste. A ideia é que os gerentes da unidade sejam sempre escolhidos internamente.

O vice-presidente da Raízen, João Alberto Abreu, atribuiu à equipe de colaboradores o prêmio de melhor grupo empresarial do ano. “Independentemente dos momentos difíceis, o grupo está focado em fazer o melhor e não ficar apenas lamentando.” Segundo ele, apesar da economia mais fraca, os projetos e investimentos da empresa continuam sendo tocados, apenas com ajustes técnicos. Abreu admite que após a greve dos caminhoneiros o consumo de combustíveis teve uma redução. “O ano começou com uma expectativa de crescimento que não se confirmou.”

Vencedora na área de mineração, cimento e petróleo, a Vale foi representada por Luciano Siani, diretor executivo de finanças e relações com invesditores. O executivo afirmou que o prêmio reflete a capacidade que a mineradora mostrou de cumprir o que promete ao mercado. Nos últimos anos, a empresa empreendeu um caminho de redução de endividamento, venda de ativos e melhora da qualidade de seus produtos. “O momento é muito positivo para minério de alta qualidade. Somos auxiliados pela política de redução da polução na China, que quer o produto que nós temos a oferecer”, disse Siani. O executivo disse ainda que, apesar de a guerra comercial ser ruim porque põe a expansão da economia global sob risco, a Vale fornece minério especialmente para países em desenvolvimento, sobretudo na Ásia, onde ainda há um processo de urbanização em curso.

O presidente da Localiza, Eugênio Mattar, lembrou que o prêmio Estadão Empresas Mais reconhece a capacidade da empresa de atender o cliente com excelência e de gerar “resultados extraordinários” mesmo em um cenário difícil para a economia. Mattar disse que “o fundo do poço do País ficou no governo passado”. Entre os candidatos à Presidência, o empresário disse que vai votar em João Amoêdo (Novo).

Vencedora na área de transporte e logística, a Rumo tem crescido cerca de 15% ao ano em volume, afirmou o presidente da empresa, Julio Fontana. Segundo ele, a premiação é resultado de um conjunto de medidas adotadas pela empresa desde a compra da ALL, em 2015. “Fizemos muitas mudanças e investimentos no período, o que tem permitido um crescimento sustentável da empresa ano após ano”, disse o executivo.

Na avaliação dele, apesar das incertezas econômicas e políticas, a empresa é beneficiada pelos bons resultados do agronegócio brasileiro, cuja safra tem sido crescente. “Diferentemente de outros setores, nós não sofremos com a falta de demanda. Por isso, continuamos investindo.”

 

 

 

 

Fonte Estadão
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