Transformação Digital: como fazer e o que olhar na hora de escolher a empresa de solução a ser contratada

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*Por Cláudia Biselli Fonseca

Hoje, a maior parte das empresas do varejo brasileiro está passando por uma transformação digital e para isso, tem contratado empresas de soluções em tecnologia para apoia-las em suas dificuldades, aproveitar maiores oportunidades e aumentar produtividade e massificar resultados. Em um mercado de margem baixa, aumento de margem, redução de custos, aumento de vendas por carrinho de compra e aumento de frequência soam como música.

Abaixo, baseada na minha experiência de muitos anos no varejo brasileiro, separei alguns passos que vão ajudar na hora de escolher uma solução de gestão para você maximize os resultados do seu varejo.

1 – Em primeiríssimo lugar, descreva quais são os problemas a serem resolvidos.

Se não existe problema, não vai haver solução. É importante deixar claro os problemas a serem resolvidos. Exemplo: quero reduzir um headcount em loja e não depender mais de uma pessoa por loja para fazer precificação, ou quero aumentar a minha margem usando precificação, ou quero usar material de ponto de venda para aumentar as minhas vendas ou ainda quero reduzir a minha quebra. Estes são problemas correntes no varejo alimentício.

2 – Quantificar o que a solução vai trazer

Escolha um parceiro que vai te ajudar a definir métricas e atingir os resultados. Algum parceiro com cases e os objetivos definidos. “O que não se mede, não se administra”.

3 – Nenhum cliente é igual.

Contrate soluções com customização. Raramente, problemas são revolvidos com plataformas iguais para todos os clientes, apenas trocando usuário e senha. Talvez os softwares padronizados sejam uma vantagem para o dono da empresa de software porque é mais fácil escalar, mas nunca vi um software x solução ganhar na relação custo x benefício. Os processos são diferentes no varejo. Processo é parte cultura e não é porque a tecnologia chegou que todas as empresas vão passar a ser iguais no varejo.

4 – Planilha não resolve, só software também não!

Se planilha resolvesse, não precisaríamos de ERP. Antes do ERP as empresas tinham diversas planilhas que não se falavam e os erros eram inúmeros, as limitações também. Às vezes, sinto que as empresas estão voltando pra esta era, só que ao invés de planilhas, agora as empresas contratam diversas empresas de software e perdem a oportunidade de um software conversar com o outro e resolver os problemas de maneira efetiva.

5- O que é uma solução?

A solução parte de um problema específico e por isto leva este nome. Se o problema é específico, não pode ser resolvido com softwares padronizados. Uma solução é composta também por software e integração de diversos softwares. Ela pode ser composta também por estratégia de comunicação, análise de dados, gestão, automatização da informação, processos, suporte, execução de ações programadas de forma automática e uma arquitetura que envolve tudo isto ou parte disto.

Cláudia Biselli, fundadora da JUI PDV

Esta arquitetura tem de ser definida cliente a cliente, é impossível que os diversos clientes tenham os mesmos problemas de comunicação, processo e o mesmo formato em avaliar os resultados. É impossível que os clientes precisem das mesmas automatizações e hardware, por exemplo.

Solução é um conjunto de componentes com um objetivo em comum, enquanto que software é um executável instalado em um computador de um usuário e será disponibilizado para custo. Por tanto, não pode atingir objetivos de redução de custo, quem vai atingir o objetivo é o usuário. Um gestor pode usar um software para facilitar o trabalho, mas alguém precisa operar. Já uma solução, não, ela não necessariamente precisa do usuário, ela pode ter componentes e regras para não precisar do usuário.

6 – Contrate uma empresa que tenha um software eficiente e de preferência já com gestão

Você vai precisar dele e o varejo não é estático. Não vejo dois anos com estratégias iguais no varejo. A estratégia é replicada para muitas interfaces da companhia e para todas as soluções envolvidas. Por exemplo, no marketing, o varejo saiu de fazer tabloide para fazer diversas mídias. Como que uma área de marketing pode, hoje, estar atendida se comprou um software para fazer tabloide? Agora, quem comprou uma solução de automatização de mídias, necessita que a sua empresa acompanhe as suas necessidades de automatização do processo de marketing, análise de resultados entre outros.

7 – Avalie os resultados

Hoje, com tantas ferramentas para organização e extração dos dados, é importante que parte da solução seja considerar os dados nos processos, seja para alertar, seja para travar, seja para disparar uma nova ação.

8 – Faça contas.

Não compre gato por lebre. Muitas vezes é mais fácil, para você, executivo, comprar o mais barato e um software sempre será mais barato, uma vez que ele é parte de uma solução. A conta precisa englobar o usuário que precisa estar fazendo o trabalho no software e precisa incluir o custo de oportunidade de fazer as coisas com maior eficiência e maximizando os resultados. Faça conta e cobre dos seus executivos que eles também façam contas englobando o processo inteiro.

O mercado brasileiro foi invadido por empresas de software que tentam escalar para um dia ganhar corpo para vender e virar “uma 99”, abrindo IPO. Acontece que a 99, não era um software que foi escalado. 99 é uma empresa que usa softwares que são interligados, usa uma estratégia de engajamento com os taxistas, usa uma estratégia para resolver um conhecido problema, transporte de usuários.

*Claudia Biselli Fonseca, CEO da JUI PDV e colunista do portal Newtrade.
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