Pesquisa: empresas não estão preparadas para a transformação digital

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Quase metade dos profissionais acreditam que as empresas onde trabalham não estão preparadas para a transformação digital. Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela Michael Page, empresa líder mundial em recrutamento executivo de média e alta gerência, parte do PageGroup. De acordo com o levantamento da consultoria, 46% dos respondentes apontaram que as companhias onde atuam não estão prontas para o processo de digitalização. Outro dado da pesquisa mostra que três (31%) em cada dez empresas não acompanham a velocidade digital do mercado.

“Essas informações mostram que ainda há resistência por parte das empresas em adotar estratégias e ações que contemplem o universo digital. As companhias que relutarem para atuar no ambiente online não terão muitas alternativas de sucesso”, dispara Genis Fidelis, gerente da Michael Page.

A pesquisa foi realizada em outubro deste ano contando com a participação de 300 executivos de alta e média gerência para entender como as empresas lidam com a transformação digital.
O levantamento também procurou saber se as empresas passariam por uma transformação digital nos próximos dois anos. De acordo com 82% dos respondentes, as companhias onde trabalham devem passar por esse processo ante 18% que não acreditam nessa possibilidade.

A pesquisa buscou entender se a transformação digital seria capaz de aumentar a produtividade dos profissionais. A maior fatia dos respondentes (27%) acredita no aumento de 50 a 80%. Para outros 26%, essa mudança deve impactar a produtividade entre 30 e 50% enquanto 18% acreditam em impacto superior a 80%. Há um grupo de 15% apostando em aumento total (100%) e outros 11% indicando ganhos de 10 a 30%. Uma parcela de 2% acredita em melhorias de até 10% e, para 1%, nada deve acontecer.
Outros aspectos foram identificados no levantamento. Nove em cada dez respondentes apostam que a transformação digital mudará sua rotina de trabalho e afirmam também que sua posição não poderá ser substituída por robôs. Os executivos apontaram que as áreas de TI e Marketing lideram a transformação digital nas empresas onde atuam. E, ainda, 58% consideram a área de Digital extremamente importante na companhia.

“Essa pesquisa mostra como está o processo de transformação digital das empresas. Os setores mais avançados, além das startups, são as empresas de tecnologia e e-commerce, que nasceram no meio digital. Os setores menos avançados são de empresas que possuem menos contato digital com o cliente no dia a dia, mas que já começaram a perder espaço diante do avanço do digital, especialmente para companhias de bens de consumo, saúde e educação”, destaca Genis Fidelis.

Demanda por executivos da área digital cresce 50%

As empresas não têm poupado esforços para buscar no mercado profissionais especializados no ambiente digital. De acordo com dados da Michael Page, a procura por analistas, especialistas, coordenadores e gerentes cresceu 50% até outubro deste ano. Ainda de acordo com a consultoria, os cargos mais demandados em Digital foram nas áreas de User Experience, Marketing de Performance, e de Transformação Digital. “O mercado está à procura de profissionais com viés analítico, orientados em viabilidade de negócio e resultado. A busca é por um profissional mais objetivo, com formações técnicas, como engenheiros”, explica o consultor. O salário médio para executivos desses níveis está em torno de R$ 15 mil.

O profissional que ainda busca espaço no mercado digital ainda tem espaço para fazer essa transição. De acordo com Genis Fidelis, há um grande interesse de executivos em vagas de Performance (área de Digital onde o profissional pode acompanhar o desempenho das operações da empresa nesse ambiente). “Essa área está atraindo esses profissionais porque, de certa forma, é onde o profissional tradicional consegue se aperfeiçoar com cursos e informações de mercado, de uma forma mais rápida”, conta.

Para quem ainda pretende migrar para esse universo, o headhunter indica quais devem ser os cargos mais demandados nos próximos anos. “Posições mais sêniores como CDOs (Chief Digital Officers), gerentes sêniores de performance, gerentes sêniores de UX e customer success managers serão os mais demandados. A razão disso é porque são posições com escopo e responsabilidades maiores dentro de segmentos que olham para o consumidor no intuito de melhorar a interação digital e a performance”, aponta.

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