O bitcoin pode ser mais revolucionário do que a internet

0 2.531

Em meio ao alvoroço em torno do bitcoin, há quem acredite que não se trata apenas de uma euforia momentânea — sua ascensão estaria só no começo. E mais: a moeda virtual prometeria ser ainda mais disruptiva do que a internet. Foi o que defenderam nesta terça-feira (10) dois investidores, durante o evento Bitcoins e os ativos digitais, na Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, em São Paulo.

Diferentemente do dólar ou do real, o bitcoin é uma moeda totalmente virtual. Ela não existe fisicamente. A emissão, por sua vez, não é controlada por uma autoridade monetária, mas acontece de forma descentralizada. Hoje, oito anos depois do lançamento, um único bitcoin vale mais de US$ 4,5 mil. Em 2010, um ano depois de passar a circular, a moeda equivalia a menos de US$ 1.

Segundo o investidor Alex Barbirato, CEO da aceleradora Incube, dois dos pilares da moeda virtual são a criptografia (as informações são codificadas) e a descentralização (não existe um banco central por trás das operações). “Antes, o banco tinha o monopólio da transferência do dinheiro. Eu só poderia mandar dinheiro peer-to-peer [sem intermediários] se fosse em papel”, diz Barbirato.

Por causa da criptografia, a moeda é muitas vezes vista como uma facilitadora de crimes. Na visão do investidor, no entanto, a história é um “mito”. Para ele, o dinheiro de papel está mais suscetível a transações criminosas do que o bitcoin. Isso porque, embora criptografadas, as transações do bitcoin são rastreáveis — você vê as operações, embora não saiba quem as fez.

Barbirato também defende que o fato de o bitcoin não substituir o dólar ou o real não o torna menos promissor. Hoje, já existem pouco mais de 1 mil criptomoedas. Ele diz que bancos no mundo todo estão se movendo, até com projetos de moedas próprias, para fazer frente à descentralização. De acordo com ele, investidores deveriam ter parte do seu patrimônio em bitcoin, já que seria uma forma de diversificação — pois não há nada parecido no mercado.

“Pode ser mais disruptivo do que foi a internet. Mas ainda não aconteceu, está muito no começo”, diz Glauco Bronz Cavalcanti, gerente de portfólio da gestora de recursos BLP Asset Management. Segundo ele, potenciais compradores ainda não perderam as oportunidades de alta — ela deve estar no começo.

Apesar da perspectiva de valorização, Bronz diz que os próximos anos dirão se o bitcoin vai mesmo se consolidar. “Ou atinge uma massa crítica de pessoas para ser uma coisa ou não vale. O que o mercado está vendo aqui é uma antecipação.”

Fonte Época Negócios
Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.