Mobile first? Você está atrasado, o futuro é o “inteligência artificial first”

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Robôs controlando a humanidade, máquinas que se parecem com humanos e toda a sorte de episódios apocalípticos. Embora a inteligência artificial ganhe ares maléficos no cinema, a realidade é bem menos assustadora. Ela pode, inclusive, mudar a vida dos consumidores (e das empresas interessadas em ganhar dinheiro) para muito melhor. Aliás, já está mudando. Isso é o que defendeu hoje uma das maiores empresas de tecnologia, o Google, no seu evento Think 2017 with Google, em São Paulo.

A grande aposta tem nome pomposo: machine learning (ou aprendizado em máquina). A tecnologia consiste em máquinas aprendendo a reagir sozinhas a partir de padrões e dados. “Muitas pessoas me perguntam qual é o futuro, qual vai ser a próxima onda”, disse o diretor-geral do Google no Brasil, Fabio Coelho. “Hoje já ficou velho ouvir que o mundo é mobile first [dispositivos móveis em primeiro lugar]. Estamos indo para uma combinação de machine learning e inteligência artificial. Fomos de mobile first para inteligência artificial first.”

O executivo lembrou que, no último evento do Google Brasil, a crise econômica teve um papel importante nas discussões entre os profissionais de marketing e publicidade. “Agora, é o momento de nos adaptarmos [a novas tecnologias], aproveitando que começamos a sair da crise”, afirmou. O machine learning é uma dessas tecnologias.

“O Google usa machine learning para combinar os objetivos do seu negócio ao comportamento de navegação dos seus consumidores, tomando decisões inteligentes em uma escala que seria impossível de fazer manualmente. Você pode usar essa tecnologia para reconhecer cada pessoa como um indivíduo único e ao mesmo tempo falar com toda a sua base.”, diz Coelho.

Tudo isso só é possível agora, segundo Coelho, porque temos maior poder de processamento, melhores algoritmos e mais dados. O desafio é dar sentido a tamanho número de dados. “O impacto dessa tecnologia está transformando o mundo, e estamos apenas no comecinho [do que ainda pode fazer].”

De acordo com dados da própria companhia, 70% das pessoas usam o celular para comparar o preço de produtos. “Precisamos conquistar os consumidores nesses micromomentos. O machine learning e a abordagem de dados ajudam a gente a entender o consumidor, que cada vez espera mais. Mais rapidez, acima de tudo: um passo, um clique, um segundo. Essa é a realidade que estamos vivendo.”

Coelho diz que cada segundo de atraso para carregar um site, por exemplo, pode tirar 20% do acesso daquele endereço. Entender como se adaptar a essas mudanças cada vez mais constantes é o que vai definir o sucesso das empresas, segundo o executivo.

Avinash Kaushik, diretor e evangelista de marketing digital para o Google Américas, frisou que a mudança dentro das empresas deve acontecer rápido. Cada ano que passa, muitos avanços são feitos. Agora, as empresas podem gastar metade do tempo só para coletar e analisar dados. Com o resto, “você pode fazer dinheiro”, diz Kaushik. Segundo ele, grandes volumes de tarefas constantes devem ser delegados às máquinas.

Consumo

Claudia Sciama, diretora de varejo do Google Brasil, defendeu que, por meio do machine learning, as empresas conseguem entregar aos consumidores o conteúdo certo na hora certa. “Estamos entrando na era da assistência.” Ou seja, as empresas tem de antecipar as necessidades do consumidores.

A executiva também frisou a importância da velocidade. “Temos que entregar experiência que seja agradável e rápida.” Se um site é muito lento, 43% das pessoas saem e vão para outro. E a maioria dos sites de grandes empresas no Brasil leva mais de 20 segundos para carregar. “O foco na velocidade de deve ser número um dentro da sua empresa.” O Google oferece uma ferramenta grátis que permite medir a velocidade do seu site.

“Os dados que você tem são ouro e é preciso usá-los”, diz Pablo Slough, diretor de produtos de performance para o Google Américas. De acordo com ele, empresas não conseguem mais dar uma boa experiência se não tem “uma visão holística” do consumidor. “Machine learning permite entregar personalização e relevância.”

Na visão de Chris Anderson

Chris Anderson, CEO da 3D Robotics e ex-editor-chefe da revista Wired UK, subiu ao palco para falar dos desafios da inteligência artificial. Ele falou sobre como a forma de olhar para a inteligência artificial mudou. Agora, a discussão está voltada ao uso de dados. “Não tínhamos antes, mas graças a internet temos”, apontou. O problema agora será confiar no quão precisas são as decisões feitas pela inteligência artificial.

Fonte Época Negócios
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