Automação afetará mais os homens do que as mulheres no longo prazo, diz estudo

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As mulheres têm ocupado diferentes funções no mercado de trabalho e desmistificado a ideia de que elas só poderiam realizar certas funções. Mas a igualdade não veio por completo e ainda há muitas áreas sob o domínio absoluto do sexo masculino. Um novo estudo mostra, porém, que a automação e robotização poderá mudar esse cenário. E que, no longo prazo, irá afetar substancialmente mais os trabalhos ocupados hoje em maior número pelos homens.

Pesquisa da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) analisou três ondas tecnológicas que influenciarão o mercado de trabalho e promoverão a substituição dos empregos. Elas estão baseadas no conceito de automação e definem as tendências até meados de 2030. Com o título Will robots really steal our jobs? (Os robôs irão mesmo roubar nossos trabalhos?, em tradução livre), a pesquisa considerou mais de 200 mil postos de trabalho em 29 países.

A primeira das ondas identificadas pela PwC, definida como o uso de algoritmos, afetará potencialmente os serviços financeiros já no início da próxima década, por automatizar processos computacionais simples e análises de dados. As demais ondas são de tecnologias que elevam a produtividade de máquinas e processos, como a robótica, e a autonomia da tecnologia sobre o trabalho manual até então feito pelos homens. O impacto desta última ocorrerá a longo prazo, segundo a PwC, e é esperado até a década de 2030. As áreas mais afetadas serão transporte e construção, com 28% e 23% dos trabalhos sendo automatizados respectivamente.

Homens e mulheres

A separação dos trabalhos nestas três classificações define ainda a influência da automação sobre os trabalhadores conforme seus perfis. A pesquisa aponta um impacto maior das duas primeiras ondas, por exemplo, sobre trabalhos hoje ocupados potencialmente por mulheres. Considerando os mais de 200 cargos analisados em 29 países, 23% dos postos ocupados por elas estão em ameaça até o final de década de 2030, ante 16% daqueles onde há um homem na função.

No longo prazo, porém, a presença de homens em trabalhos manuais tende a garantir a eles maior risco para manter-se no mercado. A inclusão da onda de autonomia das máquinas no processo de automação eleva em 18% os riscos para eles. Com isso, 34% dos cargos ocupados por homens podem deixar de existir. Para as mulheres, o risco é de 26%.

O relatório da PwC aponta que a presença das mulheres, em maior número, nas áreas de educação e saúde é uma das chaves para entender a diferença. Trata-se de setores que tendem a ter menor substituição do trabalho humano, já que dependem de habilidades de interação social e interpessoal.

Em termos de idade dos profissionais, se analisarmos ambos os gêneros, não há grande diferença dos riscos que correm um jovem ou um idoso correm hoje. Mas para as pessoas com menos de 25 anos, o problema é maior para os homens. Eles representam 46% dos trabalhadores masculinos em risco; no caso das mulheres, as jovens somam 20% da estatística.

O estudo da PwC soma-se a outros recentes que tem buscando medir, de forma mais precisa e detalhada, o impacto da automação em várias áreas e setores. Um estudo da McKinsey Global Institute divulgado em novembro de 2017 ganhou repercussão ao mostrar entre 75 milhões e 375 milhões de pessoas, a maioria nos países desenvolvidos, podem precisar mudar de emprego até 2030 como consequência da automação. E que robôs podem roubar até 800 milhões de empregos.

Fonte Época Negócios
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