Prisão de André Esteves complica vida do BTG Pactual

0 541

A prisão do banqueiro André Esteves pode custar caro para o BTG Pactual, instituição com R$ 300 bilhões em ativos que ele presidia na condição de acionista controlador até ser preso na Operação Lava Jato.

Apesar de o Banco Central divulgar nota alegando que o BTG “apresenta robustos indicadores de solidez” e o balanço declarar que há R$ 40 bilhões em caixa, o mercado teve uma reação nervosa.

Na Bovespa, as ações do BTG chegaram a despencar 40% e fecharam com queda 21%. Arrastaram junto os papéis de outros bancos, como Banco do Brasil (-6,45%), Bradesco (-4,87%) e Itaú Unibanco (-4,91%).

Gestores e operadores relataram que havia um temor no mercado com a exposição das grandes instituições a títulos privados, fundos de investimentos e outros ativos do BTG Pactual.

“Os bancos são ligados entre si e o BTG é um dos maiores do país”, afirmou um gestor. Não se vê no momento, porém, um risco à saúde do sistema financeiro.

Por outro lado, um experiente empresário do mercado considerou a prisão um baque para a credibilidade do setor. “Sem condenar por antecipação, o dano à reputação do banco parece enorme. E na atual conjuntura, mesmo um banco médio em apuros pode gerar marola.”

Espalharam-se rumores de que os fundos do BTG sofreram uma onda de saques – que o banco negou e só poderá ser dimensionada nos próximos dias.

Houve relatos de que clientes com investimento sem liquidez (como LCA, LCI e CDB) tentaram, mas não conseguiram fazer resgates. A informação também foi negada pelo banco. Já há consenso que os próximos meses serão duros.

“O BTG não é banco de varejo. Bancos como ele não quebram do dia para a noite. Se tem problema, definha”, disse uma fonte do mercado.

Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.