A saída de Abilio Diniz do Pão de Açúcar colocou fogo no mercado de apostas sobre quem vai substituí-lo na presidência do conselho do grupo fundado por seu pai, há 65 anos. Por ora, um dos mais cotados é Ronaldo Iabrudi, representante do GrupoCasino no Brasil.
Caso Iabrudi seja confirmado no posto, terá protagonizado uma ascensão meteórica ao comando da maior rede de varejo do país. Isto porque o executivo foi contratado no início de junho como representante dos interesses do Casino no Brasil. Um mês depois, ele já era indicado para assumir um assento no conselho de administração do Pão de Açúcar.
No comunicado em que apresentou Iabrudi como seu homem forte no Brasil, há três meses, o Casino o qualificou como “um executivo altamente experiente”, e sua contratação reafirmava “o compromisso [do Casino] com o Brasil.”
O cortador de custos
Iabrudi pode não ser uma celebridade do mundo dos negócios, como Abilio Diniz, mas sua atuação à frente de grandes empresas mostra como seu estilo foi forjado – e um pouco do que estaria esperando o Pão de Açúcar.
Seu maior cartão de visitas foi a presidência daTelemar (atual Oi), entre 2001 e meados de 2006. Foi ali que Iabrudi viveu seus melhores dias, com resultados elogiados por analistas, e também a sua maior guerra corporativa. E, nesses episódios, apurou seu estilo de atuação.
Iabrudi foi contratado pela Telemar em 2000, para dirigir as operações do Nordeste. Seus resultados na região o levaram para o topo da hierarquia. Em julho de 2001, ele assumiu a presidência da empresa, com a missão de torná-la mais enxuta, racional e lucrativa.
E o executivo não se fez de rogado. A reestruturação, lançada em agosto daquele ano, unificou as operações das 16 empresas controladas pela holding, abateu 120 milhões de dólares em custos e reduziu o número de funcionários de 20.629 para 11.886. Tudo isso em apenas um ano.