Abilio Diniz compra ações do Carrefour

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O empresário Abilio Diniz tornou-se acionista minoritário relevante do grupo francês Carrefour, em operações de compra de ações da rede na Bolsa de Paris nos últimos meses.  Ele se tornou sócio da empresa com participação total que o colocaria hoje como quarto maior acionista do grupo.

Isso ocorre três anos após ter naufragado o projeto de fusão do Grupo Pão de Açúcar (GPA) e do Carrefour, defendido por ele e rechaçado pelo Casino, sócio da rede brasileira.

Abilio tem feito uma série de compras de papéis em pequenos volumes, por meio de diferentes bancos europeus, e já alcançou pelos menos 1% de participação acionária na rede, que tem valor de mercado de € 19,5 bilhões.

Essa taxa foi sendo ampliada nas últimas semanas e varia de 2% a um patamar próximo de 3%, somando operações de compra em diferentes bancos. Se atingir índice de 3%, o acionista é obrigado a informar ao mercado que alcançou fatia relevante na empresa.

Pelo menos três bancos europeus estão envolvidos nas compras de ações, e entre eles o Deutsche.

Os maiores acionistas do Carrefour hoje são Groupe Arnault, do bilionário francês Bernard Arnault, com 8,97% das ações, Galeria Lafayette, com 6,11%, seguido por Blue Partners, com 5,72%, conforme dados da Euronext sobre a posição acionária da empresa em abril. Abilio seria portanto, com base nessa posição – com pouco mais de 1% das ações – o quarto maior acionista do grupo Carrefour. As transações têm sido feitas por meio de veículos de investimento criados para isso, e portanto, o nome de Abilio não é informado nas operações.

São transações que já teriam envolvido, no mínimo, entre € 200 milhões e € 500 milhões, somando todos os bancos, segundo fontes do mercado.

Abilio tem mantido conversas frequentes com Georges Plassat, presidente mundial do Carrefour, nos últimos meses, e que há interesse de Plassat de que Abilio se torne o principal gestor da operação da rede no Brasil. Plassat busca um gestor para que possa avançar a abertura de capital do Carrefour Brasil.

Nas negociações envolvendo a saída da presidência do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, em setembro de 2013, Abilio e o controlador do GPA, Casino, trataram da retirada da cláusula de “non-compete” do acordo. Com isso, Abilio garantiu o direito de ter sociedades no varejo, após a sua saída do GPA.

Em março, Abilio negou que estivesse negociando a sua entrada no Carrefour Brasil como sócio, por meio da compra de uma participação minoritária na rede.

De acordo com outra informação apurada ontem, o empresário estuda vender as suas 59 lojas (supermercados e hipermercados) do Grupo Pão de Açúcar que são alugadas ao Casino, e já teria sondado fundos de investimento nos últimos meses. O Casino tem direito de preferência na compra dos pontos, mas não teria interesse.

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