Redes de atacarejo avançam entre famílias

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Na casa de Célia Aparecida Rodrigues Oliveira, técnica de enfermagem de 39 anos, moradora de Guaianases (bairro na zona leste de São Paulo), é ela quem faz as compras. Mensalmente – às vezes até mais de uma vez no mês –, ela e o marido Valter, técnico de ar condicionado de 44 anos, vão ao supermercado.

Com ela, são oito pessoas que dividem o mesmo teto, a mesma geladeira e, é claro, a feira. São duas famílias: Valter, Célia e os três filhos e a irmã, com mais duas crianças.

Na casa da família, nada é de pouquinho: por mês, são dois pacotes de refrigerante, com seis garrafas de dois litros cada. Os produtos de limpeza vêm no galão e feijão vem com dez pacotes de um quilo. A cada mês, são quase R$ 800 em compras que, normalmente, acabam divididas entre Célia, Valter e a irmã. Nos últimos meses, as despesas com a faculdade têm deixado a irmã de fora do rateio, “mas normalmente ela ajuda”, conta.

Com a lista de compras na mão, Célia faz a conta de tudo pessoalmente e não tem dúvidas que em muitos casos compensa sim fazer as compras nos chamados atacarejos – mistura entre atacado e varejo que tem como principal apelo o preço mais baixo e a venda em grandes volumes. “Compensa comprar bebidas, arroz, feijão, itens de banho. Somos muitos lá em casa, então não adianta comprar pouco”, conta. Para ela, a carne, os legumes e vegetais frescos acabam ficando fora das compras a granel, principalmente pela dificuldade de armazenamento. “Onde vou por tudo isso?”

Célia é um dos vários exemplos de consumidores finais que procuram preços mais baixos nos atacarejos. Entre dezembro de 2012 e agosto deste ano, houve um crescimento de 18,1% no volume de compras de consumidores comuns nesse tipo de supermercado, segundo pesquisa da realizada pelo instituto de pesquisa Nielsen. Nos mercados e bares, o crescimento desacelerou, para 8,7% e 7,3%, respectivamente. O tíquete médio entre as pessoas físicas aumentou em 28,5%.

A tendência desse mercado é continuar em expansão. José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), espera um crescimento de 4% para o setor de atacado, que inclui também os chamados atacarejos. “Para algumas regiões do Brasil, como o Nordeste, o modelo ainda é uma novidade”, diz. “Ainda tem espaço para crescimento, especialmente nas cidades com mais 150 mil habitantes, que são prioritárias para as redes.”

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