Medidas radicais afetarão o setor produtivo, afirma presidente da ABAD

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A elevação da taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, de 11,75% para 12,25%, dias depois do anúncio de aumento de impostos, mostrou que a atuação do Banco Central está alinhadíssima com o discurso da Fazenda. “Mas só traz a certeza de que em 2015 o setor produtivo continuará a ser penalizado”, afirma José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados.

O empresário do setor atacadista distribuidor ressalta que a analogia do ministro Joaquim Levy, que comparou o pacote de medidas recessivas a uma dieta, é ao mesmo tempo esclarecedora e preocupante. “Afinal – pergunte a qualquer médico – se o tratamento de um doente obeso requer uma dieta, isso não significa apelar para a saída fácil (e insustentável) de fechar a boca, pura e simplesmente”, diz.

Transportado para a realidade do país, equivale a dizer que as medidas radicais focam o problema pontual, mas desconsideram o estado geral da nossa combalida economia. “Aparentemente, elas se destinam apenas a encenar para os mercados o ato da condução econômica austera, perdendo o vínculo com a realidade, que pede ajustes seletivos, não essa escalada feroz de juros, tributos e preços de energia e combustível, que provavelmente irá arrasar o pouco que resta intacto do nosso setor produtivo”, avalia o empresário.

“Fazer o ajuste no lado do contribuinte é sempre mais fácil. Difícil, e necessário, é colocar os gastos do governo em ordem e saber tomar as medidas seletivas que garantam  a saúde da economia real, aquela que gera empregos e preserva o consumo das famílias. O resto é flertar com o risco de ver destruídas as empresas e as conquistas de ascensão social, numa tacada só”, finaliza José do Egito.

 

 

 

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