Mercados fechados podem gerar insegurança na população, avaliam representantes da cadeia de abastecimento

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Organizado pela ABAD, o webinar “Desafios da cadeia de abastecimento no atual cenário da pandemia”, realizado no dia 6 de abril, trouxe vários insights debatidos com representantes da indústria, do atacado distribuidor e do comércio.

Além do presidente da ABAD, Leonardo Miguel Severini, o evento virtual contou com a presença de: José César da Costa (presidente da Unecs e CNDL), Roberto Müssnich (CEO do Atacadão), Augusto Lemos (CEO da Cargill), André Felicíssimo (CEO da P&G) e de Alessandro Dessimoni (DBA Advogados). A mediação foi feita pela jornalista editora-chefe da Revista Distribuição, Claudia Rivoiro.

O objetivo do webinar foi debater como a cadeia de abastecimento está enfrentando o atual cenário da Covid-19, tendo em vista o recrudescimento da crise provocado pela pandemia, que já perdura mais de um ano.

O presidente Severini abriu o webinar expressando seu otimismo com a vacinação, reiterando que a essencialidade do atacado distribuidor é garantida por lei e que o setor o papel tem um papel fundamental para manter o abastecimento do varejo e garantir a segurança alimentar da população.

Apesar de uma segunda onda de Covid ter sido prevista já no ano passado, Severini avalia que o planejamento realizado não foi suficiente para fazer frente à atual situação. “No ano passado fizemos previsões de como se comportaria a cadeia de abastecimento, mas muitos não foram capazes de antecipar a situação que vivemos agora.”

Roberto Müssnich lembra que o Atacadão está em 5.500 municípios do Brasil e sofre na pele as dificuldades — e o custo — de procurar cumprir tantas legislações conflitantes pelo país. Müssnich frisou também a questão da essencialidade do setor. Ao mencionar as restrições de funcionamento das lojas em vários estados, lembrou que mercados fechados atingem uma necessidade humana básica e promovem uma sensação geral de insegurança. “As autoridades precisariam entender que estamos todos no mesmo barco”, conclui.

José Cesar, que representa a UNECS, lembrou que o segmento de bares e restaurantes, bem como o pequeno e micro empresário do varejo não alimentar, “foi amplamente afetado”.  Também lamentou o despreparo da classe política para lidar com a crise.

Felicíssimo destaca o momento único que vivemos e a “necessidade de estarmos abertos a aprender e de sermos protagonistas para garantir que a economia cresça como queremos”.

Augusto Lemos avalia que o momento é de grande transformação e desafios, que pedem muitos ajustes e adaptações. Ao mesmo tempo, pede muita resiliência. “Não é uma corrida de cem metros, mas uma maratona”. Frisou também a necessidade de olhar em profundidade a relação com o mercado, os atacadistas distribuidores e o consumidor.

Aspectos jurídicos

Ao abordar as questões jurídicas, Dessimoni destacou que foram editadas cerca de dez mil leis durante a pandemia, nas esferas federal, estadual e municipal. Em sua visão, “somada à falta de planejamento e de orientação segura, essa avalanche de leis, logo no início da pandemia, causou uma situação dramática” para as empresas que têm atuação em diversos estados e precisavam adequar-se às exigências díspares.

Por outro lado, o advogado lembrou também de ações positivas como medidas trabalhistas, as deduções previdenciárias para pequenas e médias empresas, diferimento de tributos, desonerações, suspensão de prazos etc.

“Mas nesta segunda onda da pandemia”, ponderou, “os desafios da cadeia de abastecimento devem ser maiores”. Ele mencionou também a atual demora para a tomada de decisões importantes para evitar a paralisação da cadeia de abastecimento, o aumento de alguns tributos e a redução no valor do auxílio emergencial, que deve impactar o consumo.

Citou ainda o esforço jurídico para impedir o progresso de projetos de lei contrários ao bom funcionamento da iniciativa privada como o que buscava retirar a essencialidade do varejo.

Assista aqui à íntegra do webinar:

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