Paulistano leva sacola de casa ao varejo

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Os paulistanos se dividem quando o assunto é a nova lei da sacolinhas, em vigor desde o início do mês no comércio da cidade. Pesquisa mostra que 43% desaprovam, 33% aprovam e 24% estão em dúvida sobre a medida. Mas num ponto, há quase unanimidade: 79% têm preferido levar sacolas de casa para acomodar as compras a pagar cerca de R$ 0,10 pelas versões plásticas disponíveis no varejo.

No início de abril passou a vigorar a norma da Prefeitura de São Paulo que só permite a distribuição nas lojas de sacolas plásticas de características definidas (ver ao lado). A regulamentação deixa a critério do comerciante cobrar ou não pela embalagem. E é aí que começa a polêmica. Grande parte dos supermercados está cobrando de R$ 0,06 a R$ 0,10 por sacola, o que incomodou muita gente, inclusive as entidades de defesa do consumidor. A Proteste informou ontem que se juntou à SOS Consumidor em uma ação civil pública que tenta barrar na Justiça a cobrança pelas embalagens.

Há duas semanas o Procon-SP se posicionou contra a cobrança e passou a se reunir com a Associação Paulista de Supermercados (Apas) “em busca de um acordo que atenda a legislação vigente, bem como, ampare o consumidor”, segundo comunicado divulgado no início das negociações. A conclusão dessas conversas será divulgada hoje em coletiva de imprensa convocada pelo Procon.

O argumento que a Apas vinha expondo até então é que, ao cobrar, o varejo chama a atenção do consumidor para um item que tem custo e que gera um impacto negativo para o ambiente. O propósito da lei, defende a Apas e também a prefeitura, em material em seu site, é reduzir o uso de sacolas plásticas e incentivar a adoção das versões retornáveis.

Não só o consumidor passa por uma fase de adaptação à norma. No início do mês, as sacolinhas verdes e cinzas chegaram a faltar no varejo. A demanda chegou a ser três vezes maior que a oferta, segundo Roberto Brito, diretor da Extrusa-Pack, uma das fornecedoras de sacolas. “O comércio não se preparou antes e os pedidos chegaram todos de uma vez”, afirmou Brito. Agora, diz ele, o fornecimento começa a se normalizar.

O novo modelo usa matéria-prima mais cara que a da sacola convencional e tem dimensões maiores. Cada sacola sai da fábrica, em geral, por R$ 0,09, enquanto a convencional custava R$ 0,04. Esses valores, nas lojas, podem variar.

 

Fonte: Valor

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