Sem alarde, B2W constrói seu próprio “Rappi”

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As grandes cidades brasileiras foram invadidas, recentemente, por motoqueiros com boxes gigantescos em suas costas entregando de tudo, de comida a dinheiro.

É um negócio que reúne empresas como a colombiana Rappi, a americana Uber e as brasileiras iFood e Loggi. Esse mercado tem um novo competidor. É a B2W, dona das marcas Submarino e Americanas.com.

Em agosto deste ano, a empresa lançou a Voe, sua plataforma de entregadores independentes que usam diversas modalidades, como motos, bicicletas e patinetes, para fazer entregas em até duas horas para quem compra nos sites da companhia.

Discretamente, a Voe passou a ser testada em 40 pontos da Lojas Americanas do Rio de Janeiro e São Paulo. Atualmente, conta com 500 entregadores conectados ao aplicativo.

Mas isso deve se acelerar nos próximos meses. Durante teleconferência com analistas sobre os seus resultados do terceiro trimestre, a companhia informou que o plano é estender o serviço para os lojistas de seu marketplace.

“Hoje, temos quase 40 mil lojistas. Mais de 50% deles têm lojas físicas”, afirmou Fábio Abrate, diretor financeiro e de relações com investidores da B2W. “Faz todo sentido começar integrar essas lojas físicas a nossa plataforma.”

Hoje, a B2W tem uma série de iniciativas de entregas para os seus clientes, que incluem desde a compra no site e a retirada na loja até a compra online e a entrega em apenas duas horas na casa do consumidor. São as chamadas iniciativas O2O – sigla para online-to-offline ou offline-to-online.

No O2O, o cliente pode comprar em qualquer plataforma e receber o produto da forma que for mais conveniente, em sua casa casa ou retirando na loja.

A B2W já está testando, com 150 lojistas do marketplace, o modelo de compra no site e a retirada do produto na loja física. “O caminho natural é expandir esse número”, afirmou Abrate. “E o passo seguinte é começar a entrega da loja física desse vendedor para o cliente final, utilizando a Voe.”

“O passo seguinte é começar a entrega da loja física desse vendedor para o cliente final, utilizando a Voe”, diz Abrate, da B2W

Trata-se de uma estratégia que a B2W já testou com a fintech Ame Digital. Ela começou como um aplicativo para dar dinheiro de volta (cashback) para quem comprava nos sites da companhia. Depois se expandiu para os lojistas do marketplace. Agora, pode ser usado fora do ambiente da empresa, através das parcerias com a Linx e a Vtex. O próximo passo da Ame é se tornar uma empresa independente da B2W.

Em relatório, o Credit Suisse disse que vê a B2W com mais capacidade de combinar uma rentabilidade mais saudável com os investimentos em iniciativas estratégicas, tais quais a Ame Digital, a Voe e a Americanas Mundo, projeto de venda “cross border”.

O BTG Pactual acrescentou que os destaques do terceiro trimestre foram as iniciativas de logística, como diversas iniciativas de integração do mundo online ao offline. “Atualmente, 50% das entregas da B2W acontecem através de sua plataforma dentro de 48 horas”, diz o relatório.

Apesar do tom otimista da maioria dos relatórios sobre o resultado da empresa, as ações caíram mais de 4% no pregão da B3. Neste ano, papéis se valorizam mais de 14%. O Ibovespa, principal indicador da B2, subiu quase 17% neste ano.

No terceiro trimestre deste ano, as vendas online totais (GMV) somaram R$ 4,6 bilhões e cresceram 28% na comparação com o mesmo período do ano passado. O destaque foi o marketplace, cuja penetração atingiu 61%. Há um ano, representavam 52%.

As vendas líquidas atingiram R$ 1,7 bilhão. O Ebitda de R$ 152 milhões representou um crescimento de 15%. E, mais uma vez, a B2W reportou um prejuízo. Dessa vez, de R$ 103 milhões, uma redução de 4,9%.

Fonte Neo Feed
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