Loggi quer entregas de um dia no Brasil

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O mais novo unicórnio do setor de tecnologia da América Latina tem um objetivo ambicioso: entrega no dia seguinte para praticamente qualquer pessoa no Brasil. Não será tarefa fácil no país com a quinta maior extensão territorial do mundo e onde as redes de infraestrutura ficam muito aquém das encontradas na maioria dos países desenvolvidos.
A Loggi agora está avaliada em US$ 1 bilhão, depois de levantar US$ 100 milhões este mês em uma rodada de financiamento liderada pelo Vision Fund, do SoftBank Group, segundo informações divulgadas pela empresa na quarta-feira.

A injeção de caixa vem na esteira de um investimento de US$ 100 milhões que o Vision Fund fez na empresa no fim do ano passado.

A startup, fundada em 2014 para entregas de documentos na cidade de São Paulo, está usando o investimento para formar uma equipe de mais de 1.000 engenheiros enquanto monta um serviço de logística em todo o Brasil.

A empresa atualmente cobre cerca de 35% da população e faz cerca de 100 mil entregas por dia para clientes, que incluem a varejista francesa Carrefour, a gigante de comércio eletrônico MercadoLibre e redes de fast-food McDonald’s e Burger King.

O presidente da Loggi, Fabien Mendez, diz que a empresa planeja aumentar sua cobertura para 95% do país até o fim de 2020 e aumentar a frequência das entregas para cerca de 5 milhões por dia dentro de cinco anos.

“Nossa filosofia é entregar qualquer coisa para qualquer um”, disse Mendez em entrevista. “Até o fim de 2020, queremos conectar todas as cidades brasileiras. A ideia é oferecer entrega no dia seguinte a todos os brasileiros. ”

Para isso, a Loggi terá que superar os desafios logísticos. O Brasil é maior que o território continental dos EUA, mas a infraestrutura de transporte do país é semelhante à de Ruanda, segundo o Fórum Econômico Mundial. “A única maneira de ultrapassar as barreiras estruturais é através do uso de tecnologia”, disse Mendez.

A empresa está criando uma rede de centros de distribuição em todo o país, com pequenos depósitos nos bairros. A Loggi utiliza muita robótica, inteligência artificial e algoritmos para encontrar a rota mais eficiente ao enviar pacotes para esses centros.

O sistema alerta um entregador autônomo nos arredores – cerca de 25 mil fazem entregas para a Loggi – para fazer a entrega final. O objetivo é ter o mínimo de mão de obra envolvida no processo, com apenas algumas mãos humanas tocando o pacote durante cada etapa da entrega, disse Mendez.

Se conseguir estabelecer seu serviço em todo o Brasil, a Loggi planeja expandir a operação para outros mercados da América Latina, disse Mendez, de 33 anos, que cresceu em uma pequena vila no sul da França e se mudou para o Brasil em 2010.

O executivo planeja aumentar o número de funcionários dos atuais 600 para 1,5 mil. A empresa cobra uma taxa de entrega com base no peso e no destino do pacote, além de uma taxa de seguro. Com capital fechado, a Loggi não divulga dados de vendas, mas Mendez disse que espera registrar lucro no ano que vem e que a empresa teve lucro em 2017.

Mendez afirmou que a startup não tem planos imediatos para realizar uma oferta pública inicial ou buscar um parceiro. Mas “o plano é fazer com que a empresa seja capaz de fazer um IPO”, disse. “Queremos mostrar crescimento exponencial, mas também o Ebitda para nos tornarmos atraentes para o mercado.”

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