Indicador: Jovens consumidores são minoria em inadimplência

0 204

O indicador de inadimplência apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) tem mostrado que o aumento das dívidas em atraso apresenta comportamento diferente a depender da faixa etária do consumidor.  No mês de setembro deste ano, a alta do número de dívidas atrasadas foi de 5,07% na comparação com o mesmo período de 2013, mas apresentou queda de 3,25% dentre os brasileiros com idade entre 18 e 24 anos.

Inadimplentes por faixa etária (número de dívidas – set/14)

jovemNa avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o adiamento da entrada na vida adulta dos brasileiros tem feito com que muitos jovens deixem de se endividar com bens de alto valor como imóveis e carros. “Os jovens brasileiros têm adiado a sua entrada no mercado de trabalho e por conta disso, a inadimplência entre os mais jovens vem apresentando taxas de crescimento menores do que as demais faixas etárias na sociedade”, afirma a economista.

Os dados do IBGE confirmam este panorama: há uma menor participação dos mais jovens no mercado de trabalho. Em setembro de 2010, a taxa de participação dos jovens entre 18 e 24 anos havia sido de 70,6%. Em setembro de 2014, a taxa passou para 65,4%.

Outro fator destacado pelos economistas é o adiamento da saída da casa dos pais e o crescimento do contingente de universitários. De acordo com o Censo Demográfico do IBGE, em 2000, 36,56% das pessoas entre 20 e 24 anos eram casados ou viviam em união estável. Em 2010, esse número havia caído para 34,21%. Já a população de estudantes que ingressam nas universidades cresceu mais de 76% em dez anos, segundo dados do INEP de dezembro de 2013.

Já os brasileiros da chamada geração “nem-nem“, que nem estudam e nem trabalham têm crescido nos últimos anos e na média equivalem a 19,6% do total desta população, segundo o IBGE.

“Mas há também uma parcela significativa de jovens que em conseguido se dedicar a mais anos de estudo em detrimento da entrada prematura no mercado de trabalho e dessa forma, continuam morando na casa dos pais, retardando a sua entrada no mercado de trabalho e o consumo de bens com valor mais alto”, afirma a economista.

Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.