5 fatores para o brasileiro ficar mais otimista em 2017

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O começo de 2017 foi marcado pela melhora da confiança na economia brasileira. É o que mostram as pesquisas divulgadas  pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A tendência é mais forte na indústria, serviços e construção, que atingiram o maior patamar de confiança desde o agravamento da crise no primeiro semestre de 2015.

Alguns dos fatores positivos são a retomada de atividade otimista com reposição de estoques, a queda da inflação, que deve ficar próxima do centro da meta já esse ano, e o ritmo mais forte de corte dos juros, que alivia o crédito e o endividamento.

“Esperamos que a confiança vá seguir uma tendência de alta nos próximos meses”, diz nota de hoje do Itaú Unibanco assinada pelo economista-chefe Mário Mesquita.

O Boletim Macro do IBRE/FGV prevê a volta do crescimento já no primeiro trimestre mas nota que uma alta mais expressiva da confiança “dependerá da redução dos níveis de incerteza econômica e política”.

Em relação a comércio e consumidores, a melhora recente da confiança foi suficiente apenas para recuperar as perdas dos últimos meses, já que ainda pesam muito as quedas da renda e do emprego.

O IBGE divulgou hoje que o desemprego subiu de 9% para 12% entre o final de 2015 e o final de 2016 e que o país tem hoje 12 milhões de desempregados, taxa que deve continuar em alta pelo menos até a metade do ano.

Veja o que mostram os 5 índices de confiança divulgados na última semana pela FGV:

Indústria: maior nível desde maio de 2014

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 4,3 pontos em janeiro e chegou a 89 pontos, depois de ter atingido em dezembro o menor patamar desde junho passado.

A alta foi observada em 15 de 19 segmentos industriais pesquisados. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada subiu 1,7 ponto e foi a 74,6% após atingir a mínima histórica desde 2001 no mês passado.

“O setor parece estar reagindo a uma combinação de aceleração da produção no final do ano e do ritmo de queda dos juros a partir de janeiro”, afirma Aloisio Campelo Junior, Superintendente de Estatísticas Públicas da FGV/IBRE, em nota.

Serviços: maior nível desde fevereiro de 2015

Depois de três meses de queda, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 4,1 pontos e voltou ao patamar de 80 pontos pela primeira vez desde fevereiro de 2015. Das 13 atividades pesquisadas, 11 apresentaram alta.

“Esses resultados podem sinalizar o início de reação no ânimo empresarial em resposta a um contexto de inflação em queda e de uma perspectiva de melhora nas condições de crédito”, afirma Silvio Sales, consultor do FGV/IBRE, em nota.

Construção: maior nível desde junho de 2015

O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 2,5 pontos em janeiro e atingiu 74,5 pontos, maior patamar desde junho de 2015, quando chegou a 76,2 pontos.

Entre dezembro e janeiro, a proporção de empresas prevendo reduzir o quadro de pessoal passou de 41,4% para 32,7%, enquanto a parcela das que planejam contratar subiu de 10,2% para 14,0%.

“A melhora das expectativas combinada a uma percepção menos negativa sobre a situação atual contribuiu, (…) mas não é possível apontar o fim do ciclo recessivo no setor, pois o aumento da confiança continua amparado muito mais nas expectativas do que na melhora de fato dos negócios”, afirma Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, em nota.

Comércio: maior nível desde outubro de 2016

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) apresentou alta de 0,6% e foi a 78,9 pontos, maior patamar desde os 79,8 pontos registrados em outubro do ano passado.

A melhora ocorreu em 10 dos 13 principais segmentos pesquisados e foi determinada pela melhora do Índice de Situação Atual (ISA-COM), enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) ficou estável.

Consumidor: maior nível desde outubro de 2016

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 6,2 pontos em janeiro e chegou a 79,3 pontos, compensando a maior parte das perdas de acumuladas nos dois meses anteriores.

O Índice da Situação Atual (ISA) subiu 2,9 pontos e o Índice de Expectativas (IE) subiu 8,3 pontos.

“Embora os níveis de incerteza ainda sejam altos e as perspectivas para o mercado de trabalho continuem ruins neste primeiro semestre, as boas notícias da virada de ano aumentam as chances de uma recuperação da confiança (ou, por enquanto, alívio da desconfiança) nos próximos meses” afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor, em nota.

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