Síndrome do impostor. Como identificar e o que fazer?

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Por Sofia Esteves, presidente do Conselho do Grupo Cia. de Talentos

Você vive inseguro sobre o seu potencial? Fez várias especializações e mesmo assim não se sente capacitado como seus colegas de trabalho? Constantemente acredita que falta algo, que você não é bom o suficiente e na verdade o seu maior medo é que descubram que você é uma fraude?

Se, apesar de todas as suas conquistas, você se sente assim, cuidado! Você pode estar lidando com a Síndrome do Impostor, nome dado para a autocobrança excessiva, que prejudica milhares de profissionais ao redor do mundo.

Um estudo realizado pela psicóloga Gail Mattewa, na Universidade Dominicana da Califórnia, revelou que 70% dos profissionais bem-sucedidos apresentam esses sintomas, principalmente as mulheres.

Lidei com esses sintomas por alguns anos e sei como esse assunto é sério. Foi só quando tomei conhecimento da existência dessa síndrome que me senti segura para falar com amigos e descobri que muitos passavam pela mesma coisa, mesmo aqueles que transmitiam tanta segurança.

Como a autocobrança excessiva prejudica o seu desenvolvimento profissional?

Quem se cobra demais, costuma se dedicar muito ao trabalho, o que pode parecer bom, mas na verdade, acaba assumindo muitas atividades, apenas para tentar mostrar quão competente e importante é para a empresa.

Porém, essa prática leva à exaustão e não existe tempo de recarga de energias para novas ideias e soluções. Então, o profissional se torna um fazedor de tarefas, mas não um importante componente de inovação e criatividade na equipe. Além disso, a falta de confiança gera ansiedade e estresse, fazendo com que a pessoa não acredite merecer cargos de liderança e o medo do fracasso acaba superando o desejo de crescer.

Como driblar a autocobrança excessiva?
Não se compare, se inspire!

Em vez de se diminuir, ao se comparar com outros profissionais, busque se inspirar nas qualidades dos seus colegas de trabalho e veja como desenvolver esses potenciais em você. A inspiração, diferente da comparação, traz um desejo saudável de ser melhor no lugar da cobrança por não ser bom o suficiente, já que estimula a admiração no lugar de autodepreciação.

Comparação apenas com você mesmo

Olhe para a sua trajetória e analise como você evoluiu nos últimos anos. Liste progressões e reconheça sua evolução. Perceba que tudo é uma questão de tempo, experiência e dedicação. A pressa em chegar a algum lugar te distrai de ser melhor a cada momento.

Reconheça e celebre suas vitórias

Não se deixe acreditar que suas conquistas são questão de sorte, sem o seu talento nada do que você realizou seria possível.

Não tenha medo de feedbacks e de pedir ajuda

Tudo é uma questão de como interpretamos cada situação. Ao invés de se sentir inferior por receber um feedback construtivo, busque entender como um estímulo para o desenvolvimento e não como uma crítica ruim. Também não se esqueça de pedir ajuda a gestores e profissionais que possam contribuir para a sua evolução.

Busque melhorias, mas se comprometa apenas com metas reais

Um profissional em constante evolução é visto com bons olhos pelas empresas. Porém, faça uma coisa de cada vez. Não acumule trabalho com muitas especializações ao mesmo tempo. Um currículo cheio de cursos mal feitos não vai garantir crescimento profissional. Se dedique a um assunto por vez e a, de fato, aprender sobre o assunto. Isso vai te trazer segurança e habilidades fortalecidas o suficiente para se sentir apto a aplicar o seu potencial no seu ambiente de trabalho.

No mais, se acalme. Você já é muito bom, confie em você e permita que a sua evolução seja uma jornada divertida de aprendizados e não um caminho pesado de cobranças, te garanto que os processos ficarão mais leves e você vai conseguir explorar o seu potencial com mais qualidade.

Assim como eu superei minhas inseguranças, tenho certeza que você também conseguirá!

Fonte Exame.com
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