Salário médio de diretores caiu 40% no ano passado

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A remuneração executiva caiu no ano passado. Com uma tendência de substituições de profissionais e por conta dos resultados financeiros fracos das empresas, os salários fixos de diretores e gerentes tiveram queda de até 40%. A remuneração variável também foi reduzida na comparação com o ano anterior, em cerca de 30%. Os dados são do guia salarial da consultoria de recrutamento Hays, que inclui dados de 300 empresas e de mais de 6 mil profissionais.

Os salários de executivos de diretoria foram os mais atingidos, com queda de cerca de 40% na comparação com o ano anterior. O movimento é resultado de seguidos anos em que os salários foram reajustados abaixo da inflação, da substituição de profissionais e da juniorização das funções. Profissionais com salários inflados foram trocados por diretores com remuneração em patamares inferiores ou por gestores de cargos mais baixos, promovidos com salários menores que o da função no passado. O mesmo movimento aconteceu no nível gerencial, ainda que com menos intensidade – nesse nível, a queda no salário foi de 25%.

Caroline Cadorin, diretora da Hays Experts, divisão de recrutamento executivo, diz que o processo de juniorização, que resulta em decréscimo dos salários, vem sendo observado desde 2012 e deve continuar a acontecer, como forma de corrigir a remuneração inflacionada dos níveis mais altos registrada durante o período de crescimento da economia. “Continuar com os níveis alavancados de salários do passado não seria sustentável por muito mais tempo”, diz. Segundo a pesquisa, quando fazem uma proposta de emprego para um profissional com exigências salariais muito elevadas, só 33% das empresas acabam atendendo à expectativa do candidato. Já 35% buscam compensar o valor com a oferta de benefícios.

A remuneração variável, que inclui participação nos lucros e bônus, também apresentou queda nos valores referentes a 2016, que estão sendo pagos no ano atual, na comparação com os números de 2015 e 2016. Os cargos de diretores tiveram queda de 35% e os gerentes, em torno de 20%. No geral, a remuneração variável, paga em formatos como a participação nos lucros (PLR), bônus, stock options e modalidades como comissão de vendas, ficou abaixo da expectativa das empresas (ver gráfico). De acordo com os profissionais consultados na pesquisa, 55% viu a remuneração variável baixar em relação ao ano anterior.

“A bonificação é desenhada em cima de diferentes variáveis, como resultados individuais, da equipe e a da empresa como um todo. Neste ano, vemos funcionários atingindo boa performance individual, mas se o resultado da empresa não foi satisfatório, isso acarreta em prejuízo no final”, diz Caroline. A maioria das empresas (55%) pretende promover mudanças nos indicadores de resultados que estarão atrelados ao pagamento dessa remuneração variável.

Segundo Carolina, essas mudanças variam de acordo com os setores. Enquanto em alguns a intenção será ganhar participação de mercado, outros poderão privilegiar o lançamento de novos produtos. Comum à maioria dos negócios, no entanto, será a busca por melhorias nos processos. “Indicadores atrelados à eficiência vão estar em alta”, diz.

Fonte Valor Econômico
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