Os 7 piores momentos para tomar uma decisão financeira

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Tomar decisões quase sempre é uma tarefa difícil. Fica ainda mais complicado quando o principal elemento em questão é o seu dinheiro. Entre palpites, pressões familiares e questões subjetivas, praticamente tudo que está ao redor influencia, e muito, na hora de bater o martelo de uma compra, venda e até de fazer um investimento.

O educador financeiro Conrado Navarro sugere como primeiro passo o reconhecimento desta condição. Será muito mais fácil lidar com as variáveis emocionais quando você souber que elas existem. “Um bom negócio passa pela questão financeira, pela idoneidade da operação e pela sua satisfação em fazê-lo. Sempre terá um componente pessoal muito grande”, diz.

Garantia de sucesso não há. Mas há momentos que claramente não são melhores para bater o martelo sobre uma decisão. O pesquisador do Núcleo de Estudos de Felicidade e Comportamento Financeiro da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), Wesley Mendes, lembra que é possível criar as melhores condições possíveis para uma escolha acertada. “Toda decisão precisa de um certo nível de racionalidade”, diz. “Então é fundamental tentar fugir dos momentos altamente emocionais.”

Veja os 7 piores momentos para tomar uma decisão financeira.

1- Na alegria
Momentos de felicidade e comemoração merecem ser curtidos. Não perca tempo pensando em decisões financeiras, porque muito provavelmente seu bom humor poderá converter otimismo em excesso de confiança – e é aí que mora o perigo. Wesley Mendes, da FGV, lembra que toda decisão financeira envolve um risco e ele precisa ser, ao menos, estimado. “Quando estamos muito felizes, tendemos a confiar demais nas abstrações”, diz. Para o pesquisador, jovens e religiosos ferrenhos são os principais perfis. “O jovem porque não teme e os excessivamente religiosos porque têm um menor senso de controle da vida.”

2 – Na tristeza
Os sentimentos extremos são sempre o pior cenário possível para sua decisão. Assim como a euforia eleva as expectativas a níveis pouco saudáveis, a depressão ou a tristeza tiram de você parte da sua racionalidade. Nesses casos, ou você toma decisões que confortarão os seus sentimentos, ou deixará de ver oportunidades onde pode haver bons negócios. “Não se toma decisões em momento de crise”, define Mendes, que sugere resguardo máximo em momentos de instabilidade. “Nesses momentos, nossa capacidade de processar informações está restrita e, por isso, vamos acabar em decisões pouco racionais.”

3 – Na pressa
Não é por acaso que as promoções de lojas e supermercados invariavelmente incluem um “só hoje” ou um “promoção válida enquanto durarem os estoques”. “As propagandas tendem a suprimir sua racionalidade privando você do tempo”, lembra Mendes. Você não precisa correr se não quiser e não há oportunidades únicas. “As decisões rápidas tendem a ser demasiadamente irracionais. Só toma decisão acertada rapidamente quem é treinado para isso”, aponta. Quando o assunto é tempo, uma regra é magna: quanto maior o valor financeiro do objeto em decisão, mais tempo você deverá gastar estudando possibilidades.

4 – Na dúvida
Por sinal, se você é daqueles que simplesmente não consegue chegar a um veredicto, saiba que você não é só extremamente cauteloso nem indeciso, pode estar também mal informado. O educador Conrado Navarro explica que normalmente essa insegurança vem de falta de domínio sobre o assunto, seja ele um investimento ou qualquer outro tipo de operação. “Geralmente as pessoas ficam indecisas quando há uma assimetria de informação entre a pessoa que está do outro lado e quem está tomando a decisão. Esse medo paralisa”, explica.

5 – Na pressão
Se tiver muita gente em volta dizendo o que fazer, procure a primeira porta mais próxima e fuja. Poucas coisas podem ser mais venenosas para uma boa tomada de decisão que os excessos de opções e argumentações vindos de familiares, amigos e palpiteiros em geral. Estes carregam a decisão de tons emocionais e é exatamente isso que você não quer.

6 – No escuro
Quando você não tem um objetivo muito claro, tomar decisão pode ser um processo duro e, pior, frustrante. Isso poder parecer óbvio, mas muitas vezes as pessoas se perdem dentro de seus sonhos. Seu objetivo de vida é morar fora do País? Não compre um imóvel. Acabou de casar e ainda não sabe em que cidade pretendem criar raízes? Opte pelo aluguel. O importante é manter a coerência. “O objetivo precisa estar claro, senão a insegurança do futuro vai estragar seu presente”, explica Navarro. “Tem casal que acaba de casar, já compra um apartamento sem saber se pretende, por exemplo, mudar de cidade para criar os filhos. Aí se endivida, aperta os cintos e não consegue curtir os primeiros anos do casamento.”

7 – Na tempestade
É claro, não se esqueça de observar o cenário econômico da sua decisão em questão. Se vai comprar ações na bolsa, lembre-se de avaliar se o momento é o mais favorável. Quando for abrir um negócio, avalie se há demandas para seu produto e, principalmente, se as pessoas estão dispostas a pagar por ele. Se já planejou as férias, acompanhe a oscilação da moeda que você deverá comprar e aproveite as oportunidades. Com o objetivo em mente, você vai saber para onde olhar.

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