O que Beatles e Rolling Stones podem ensinar sobre a gestão de um negócio

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Cases de sucesso são comuns em diferentes indústrias, inclusive na música. Embora acreditemos que as bandas de rock funcionam como organismos perfeitamente sincronizados e em perfeita harmonia capazes de suportar situações de estresse durante décadas, essa ideia é ultrapassada. A verdade é que grupos musicais são como pequenas corporações e que, como estas, funcionam por meio de participação de lucros, prazos e metas bem definidas. Não à toa, empresas estão herdando cada vez mais características das bandas de rock. Entre elas, o incentivo à criatividade e dissolução da hierarquia.

A revista The Economist listou quatro modelos de gestão utilizados por astros do rock que servem como inspiração para como administrar um negócio. Veja os modelos abaixo e suas respectivas bandas:

Amizade

Nenhum relacionamento entre membros de uma banda é perfeito, tal como nas corporações. Mas se há algo a aprender com os artistas, que trabalham em trios, quintetos – e por vezes até mais -, é que sem bom relacionamento, a magia não acontece.

Nas empresas, prevalece a mesma lógica. Um estudo mostrou que ter contato direto com amigos no trabalho é positivo para os funcionários, pois os incentiva, aumenta a produtividade e tornam-os mais maleáveis ao receber críticas. O paralelo do mundo do rock vem dos Beatles. Durante 10 anos, os integrantes se mantiveram igualmente líderes em discursos, aparições públicas e na tomada de decisões. A amizade era um símbolo instintivamente associado aos famosos garotos de Liverpool.

Embora pareça uma grande vantagem, uma forte amizade também pode ser prejudicada com conflitos de trabalho ou vice-versa. Essa também é uma lição que aprendemos com os Beatles.

Amigos e inimigos

Como manter uma convivência pacífica e manter-se focado nos lucros de uma instituição quando é necessário compartilhar o espaço com inimizades? Nesse padrão de gestão, o que importa é o dinheiro, e apenas isso. Apesar de ter se arriscado na carreira solo, Mick Jagger percebeu que sua essência seria para sempre permanecer nos Rolling Stones. Apesar das diferenças, a apresentação como um grupo ainda é a fórmula mágica da banda.

Ao contrário dos Beatles, os Stones nunca transmitiram a imagem de “amigos inseparáveis”. Mesmo assim, continuam fazendo turnês, álbuns e mantêm a banda ativa depois de mais de meio século de carreira. A divisão clara de tarefas e papéis é uma regra neste modelo de gestão. Essa corporação de longa vida útil não foi conduzida pela amizade, mas sim por certo egoísmo típico do mundo dos negócios. Uma lição que podemos tirar de Mick Jagger e cia.

Autocracias

As autocracias não são diferentes de um autoritarismo aceitável. Em bandas, há uma estrela que muitas vezes decide ter uma participação mais ativa nos lucros que os demais. O idealismo da igualdade nesta modalidade de gestão não passa de um sonho distante, que Bruce Springsteen uma vez chamou de “bomba-relógio”. Apesar de compreender que há uma hierarquia entre os membros, esse modelo de gestão é eficiente. Bandas como Tom Petty & the Heartbreakers e E Street Band funcionaram dessa forma durante muitos anos, com papéis bem definidos entre seus integrantes.

Aos fãs de tecnologia, também é fácil identificar a semelhança com Steve Jobs, que manteve o controle e tomava as decisões unilateralmente pela Apple. Para tudo isso, há uma necessidade latente de sabedoria quando uma corporação é guiada por um único membro.

Democracias

Em uma democracia todos possuem poder de veto e votos de igual peso. Aqui não há espaço para hierarquia e o consenso de todo os membros é regra para toda e qualquer ação. A gestão democrática também é exemplo de sucesso e bandas com mais de 30 anos de carreira, como R.E.M, utilizavam deste modelo de gestão.

A banda Coldplay também adota esse formato, e divide em partes iguais a receita entre seus integrantes. O padrão ateniense é arriscado e pouco comum na indústria da música, afinal, a luta de egos é constante e para que essa engrenagem funcione, é necessário que cada integrante tenha um desejo de união em prol do total maior do que o interesse no benefício pessoal.

Fonte Época Negócios
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