Empresa da Nova Zelândia testa jornada de quatro dias sem reduzir salário. E o resultado agrada

0 1.336

Uma empresa na Nova Zelândia queria fazer um teste. Seria possível que os funcionários fizessem o mesmo trabalho em menos horas, fossem embora mais cedo e ficassem, assim, mais satisfeitos? Desafio aceito e a Perpetual Guardian instituiu que a jornada de seus 240 funcionários seria de apenas quatro dias por semana, oito horas por dia. Sem nenhum desconto no salário, nem no trabalho.

O teste foi realizado entre março e abril e acompanhado por acadêmicos que coletaram dados quantitativos e qualificativos, segundo artigo publicado no The Guardian. Por trás do marketing gerado pela iniciativa, a ideia do fundador da Perpetual Guardian, empresa de serviços fiduciários, era buscar que seus funcionários melhorassem o equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional.

Dois meses depois de realizado, o experimento apontou fatores positivos, como engajamento, satisfação e redução em 7% no estresse geral. Segundo os dados publicados no NZ Herald, 78% dos funcionários disseram ter conseguido equilibrar “com sucesso” a vida e o trabalho com a jornada reduzida. Isso representa um aumento de quase 25% no número de funcionários com equilíbrio em comparação a dados coletados em novembro.

Liderança, comprometimento e empoderamento também foram indicadores que melhoraram em comparação à pesquisa pré-experimento.

A redução pela redução, porém, poderia ter sido ineficaz se os funcionários não tivessem se adaptado. Segundo Helen Delaney, pesquisadora da universidade da escola de negócios de Auckland, e que acompanhou o experimento, os funcionários inovaram na forma de trabalhar para conseguir produzir o mesmo em menos horas. “Eles buscaram aprender a trabalhar de forma mais produtiva, automatizaram alguns processos manuais e reduziram ou eliminaram o uso da internet não relacionada ao trabalho.”

A jornada menor não impactou no resultado financeiro da empresa e o conselho estuda implementá-la de forma permanente. O empecilho para isso é a própria legislação trabalhista neozelandesa, baseada no número de dias e horas trabalhadas, com férias acumuladas de acordo com a quantidade de tempo gasto no escritório.

A redução da jornada (em nome da mesma ou até maior produtividade) é uma tendência discutida no mundo corporativo e vem ganhando certo respaldo científico. Pesquisa da consultoria britânica Vouchercloud, que avaliou o desempenho de quase 2 mil funcionários de vários setores, constatou que, em média, os pesquisados trabalham realmente apenas duas horas e 53 minutos por dia. O restante do expediente se escoa em outras atividades não relacionadas ao trabalho, como checar redes sociais, tomar lanchinhos ou socializar.

Fonte Época Negócios
Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.