Contratar os melhores profissionais traz resultados menos criativos, defende professor

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O que é preciso para construir um porta-aviões? Conhecimento em engenharia nuclear, arquitetura naval, metalurgia, hidrodinâmica, sistemas da informação e protocolos militares, entre outros. A resposta de Scott Page, professor da Universidade de Michigan, é usada por ele, especialista em economia e ciência política, para ilustrar a necessidade de diversidade ao se montar uma equipe de profissionais.

Para Page, a maior preocupação nos processos de seleção não deveria ser encontrar “o melhor profissional”. Isso porque são necessárias pessoas de diferentes perfis e áreas de conhecimento, para lidar com as complexidades do mundo moderno. “Não existe o melhor profissional a ser contratado”, diz em um artigo publicado no Quartz. “Ao montar uma equipe para pesquisas oncológicas, uma companhia de biotecnologia não aplicaria um teste de múltipla escolha para contratar os que mais acertam as respostas ou selecionaria apenas os currículos com as melhores notas. Ao invés disso, eles buscariam diversidade e construiriam um time com aqueles que trouxessem base de conhecimento, ferramentas e habilidades analíticas.”

Page critica aqueles que usam a ideia de meritocracia para fazer qualquer contratação. Mesmo para uma função específica, ele duvida que o certo seja encontrar “o melhor matemático”, “o melhor estatístico” ou “o melhor oncologista”. Mas por quê? “Mais de 50 mil artigos científicos foram publicados no último ano no campo da neurociência, cobrindo várias técnicas e níveis de análise. Dada essa complexidade, qualquer tentativa de ranquear esses neurocientistas do melhor para o pior, como se fossem nadadores em uma competição de 50m borboleta em piscina fechada, falharia”, afirma. Na defesa de seu argumento, o professor afirma ainda que, ao analisar as ideias e patentes de alto impacto, é possível verificar que elas foram desenvolvidas a partir de equipes diversas.

Por fim, Page defende que, ao se insistir na ideia de meritocracia para cada posição em uma equipe, o processo muitas vezes resulta em um grupo homogênio, já que é normal usar os mesmos critérios para a seleção. Ele cita uma frase de Astro Teller, CEO da X, umas empresas do Google: “Se você quer explorar coisas nunca antes vistas, ter pessoas que pensam como você e se parecem contigo não é o melhor caminho.” Concorda?

Fonte Época Negócios
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