16 motivos para você ver Pantera Negra se for profissional criativo

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Você pode assistir ao filme Pantera Negra e sair reclamando de alguma coisa — o ritmo frenético demais, o excesso de efeitos especiais, a inverossimilhança da política e da economia no pequeno reino de Wakanda, central na trama do filme. Só não pode reclamar de falta de elementos originais em tudo que cerca a história.

Desfrute as ideias ótimas e pouco familiares que borbulham no filme:

1. Você já ouviu falar de afrofuturismo?
(Eu curtia Janelle Monae, mas não conhecia o conceito)

2. Já imaginou como seria uma cidade (ou cidade-Estado) ultratecnológica no meio de uma floresta equatorial?
(Eu já, porque leio sobre Wakanda, o país do Pantera Negra, há mais de 30 anos, mas nunca tinha visto uma materializada. Pensei em como será a Zona Franca de Manaus no século 22)

3. Já viu um traje formado por nanopartículas que deixam um recipiente, num acessório, e cobrem o corpo do usuário quando ele precisa?
(É óbvio? Agora é, mas eu ainda não havia pensado nessa)  

4. Já imaginou a operação automatizada de mineração do interior de um asteroide?
(No filme, é um meteorito gigante caído na Terra, mas vale a inspiração)

Admire, cada um em sua área, o trabalho dos profissionais criativos envolvidos:

5. O diretor Ryan Coogler materializa conceitos delirantes num filme que, como negócio, supera todas as expectativas de seus produtores.

6. A diretora de figurino Ruth Carter conseguiu fazer com que, mesmo num filme de super-herói com efeitos especiais aos montes, as roupas se tornassem estrelas. “Wakandianos levam moda a sério”, disse Ruth à revista americana The Atlantic.

7. A equipe da empresa Perception concebeu com maestria o visual das tecnologias e interfaces exibidas no filme (como o controle virtual da aeronave wakandiana vista no trailer)

8. A atriz Danai Gurira, no papel da general Okoye, impõe uma presença esmagadora. Faz você questionar se suas ideias de força e beleza estão como deveriam, bem abertas. Ela também dá vontade de que o grupo de guerreiras Dora Milaje ganhe filme próprio, série de TV, revista, livro e estampe caneca, agenda, camiseta…  

9. Os roteiristas de quadrinhos Christopher Priest, Ta-Nehisi Coates e Roxane Gay (o primeiro também músico, os outros dois escritores com livros publicados) contribuíram, nos últimos anos, para amadurecer e expandir o universo do Pantera Negra nos quadrinhos. O filme deve muito a eles.

Lembre que o universo do Pantera Negra é uma inovação dentro de outra, dentro de outra, dentro de outra…

10. O personagem, criado em 1966, foi o primeiro herói negro com superpoderes nos quadrinhos.
Meses depois nasceu nos Estados Unidos o grupo militante por direitos civis Panteras Negras. Dois anos depois, Martin Luther King foi assassinado. Esses eram os tempos. A Marvel chegou a mudar o nome do personagem para Leopardo Negro, para torná-lo menos politicamente carregado, mas era tarde: o Pantera Negra já pertencia a seus leitores.

12. Foi a primeira vez que alguém pensou: e se o país mais tecnologicamente avançado do mundo, hoje, ficasse na África?

13. Nos quadrinhos, o personagem já enfrentou a Ku Klux Klan, o antigo regime racista da África do Sul e tentativas de golpe de Estado. Também se envolveu em debates sobre como melhorar a governança de Wakanda.

14. Pantera Negra é o primeiro protagonista negro (e também o primeiro não americano) de um filme do Universo Cinemático Marvel (MCU, na sigla em ingIês), iniciado há dez anos com Homem de Ferro, em 2008. Logo no fim de semana de estreia, entrou na lista das maiores bilheterias da Marvel e da história do cinema. Se havia alguma dúvida sobre o potencial comercial do personagem, ela foi pulverizada.

15. O personagem é chave para a Marvel disparar a segunda fase de sua invenção original, o MCU, que conecta até agora 18 filmes, oito protagonistas principais e mais de 200 personagens vivendo num universo comum e interagindo uns com os outros.

16. O filme já despertou polêmicas — já foi chamado de “racista” e deixou a Marvel mal com parte dos fãs porque a escritora Roxane Gay, roteirista de histórias fundamentais do personagem, não foi convidada para a estreia. Esse é o destino de qualquer obra de cultura pop que não seja inerte. Se puder, assista, divirta-se, inspire-se, critique.

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