Pesquisa inédita aponta valores das remunerações no setor atacadista distribuidor

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Depois de três meses intensos de trabalho, a ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores anunciou uma pesquisa inédita que revela valores das remunerações e dos benefícios oferecidos por empresas do setor aos profissionais contratados. A primeira edição desse estudo evidencia as composições de ganhos de 50 cargos, que se estendem desde atividades de executivos até  funções operacionais, que abrangem salários básicos, comissões e bônus, além de diversos benefícios, como assistência médica e refeição, obtidos a partir de informações coletadas e compiladas recentemente, entre abril e junho deste ano.  A amostragem considera os dados fornecidos por 45 companhias localizadas nas cinco regiões do Brasil. Os respondentes realizaram um levantamento sigiloso, que indica os valores pagos aos seus colaboradores. Em troca, receberam um relatório detalhado, confrontando os valores das remunerações verificadas no seu quadro de funcionários com  a média de ganhos oferecida pelas empresas do setor, na região em que atuam, o que permite constatar com precisão se eles são adequados – ou não – às ofertas do mercado de trabalho, respeitando as particularidades dos locais em que ocorrem essas atividades comerciais .

Graças a essa pesquisa, as relações de comparação assim obtidas oferecem uma oportunidade  para o departamento de recursos humanos adotar medidas “assertivas”, ou para manter medidas já existentes, que tornem as empresas competitivas para a busca e a retenção de profissionais. “O estudo tem como objetivo promover a integração, criar um espaço de troca de informações e estabelecer e/ou intensificar a sinergia entre as empresas participantes do setor para que possam ter uma visão precisa e abrangente de qual é o cenário de remunerações e tomem decisões bem ajustadas ao mercado em que atuam. Não é um espaço de concorrência, mas, isto sim, de colaboração”, afirma Roberto Pissinatti, diretor de Pesquisas do IDEE, consultoria especializada em gestão empresarial, com foco no desenvolvimento organizacional e de pessoas, que a ABAD contratou para a realização da pesquisa.

Os dados fornecidos pelos respondentes são mantidos em sigilo e abertos somente para a consultoria, sendo que nem mesmo a ABAD tem acesso a eles. O relatório detalhado do estudo foi inclusive disponibilizado on-line, por meio do sistema ideeWeb, apenas para quem dispõe de login e de senha. A ABAD tem a expectativa de ampliar a amostragem na próxima edição, que sairá em 2018. Em respeito ao compromisso de confidencialidade, a DISTRIBUIÇÃO teve acesso apenas a uma parte do levantamento.

Do total de 45 respondentes, 16% estão na Região Norte e 18% na Sul, enquanto o Centro-Oeste, o Sudeste e o Nordeste são representados pela mesma fatia de pesquisados, de 22%. O estudo indica qual é a política de remuneração adotada por empresas de diferentes portes. Foram pesquisados 50 cargos, que abrangem as remunerações de 285 executivos, 567 líderes, 261 técnicos, 393 especialistas e analistas e 15.239 funcionários das áreas administrativas e operacionais. A composição de ganhos dos trabalhadores, informada pelos departamentos de recursos humanos das companhias, foi obtida considerando-se  o salário-base e remunerações adicionais, como comissão sobre vendas, bônus, participação nos lucros e nos resultados e benefícios.

Diagnóstico detalhado  Segundo Pissinatti, o estudo também revela um diagnóstico das remunerações oferecidas pelo atacado distribuidor em diversas áreas e compara esses valores com a média salarial do mercado, com base no banco de dados do IDEE, composto por 335 empresas de 29 segmentos, capturando a política salarial adotada por empresas que vão desde indústrias até prestadoras de serviços e o varejo. No quadro geral, o resultado mostra que o setor está aquém do mercado em sete níveis hierárquicos de cargos, compreendendo desde funções exercidas no topo até cargos operacionais – veja ao lado. Para diretores, por exemplo, o mercado paga 36.798 reais e o atacado, 33.838 reais, enquanto para gerentes os valores contabilizados são de 15.084 reais e 11.979 reais, respectivamente. Para postos administrativos, foram apuradas as cifras de 1.992 reais e 1.475 reais, diferença que se estende um pouco mais  na área operacional, comparando 1.972 reais pagos em outros segmentos à  quantia de 1.393 reais, que referencia a faixa de ganho no atacado. “Já esperávamos por esse resultado. É necessário que os departamentos de  recursos humanos das empresas do setor voltem sua atenção para criar e desenvolver ações e políticas capazes de atrair e de reter bons profissionais e talentos, avaliando não apenas o ganho adquirido, mas também os benefícios que podem ser obtidos, como os treinamentos, e as oportunidades de carreira, tudo isso para melhorar e proporcionar competitividade”, considera Pissinatti.

A partir da avaliação feita apenas com base nas informações obtidas junto às 45 empresas pesquisadas, o levantamento mostra que a remuneração média no Sudeste está 15% acima da base nacional. Todas as demais regiões, porém, apresentam ganho inferior, sendo de –7% no Sul, de –15% no Norte, de –18% no Nordeste e de –26% no Centro-Oeste. “A comparação permite não apenas levar em conta a média nacional como também o valor pago na região em que a empresa atua”, avalia o diretor da consultoria.

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