Rede carioca reduz índice de perdas em suas lojas

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A Páscoa, juntamente com o Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e o Natal, é a data que mais movimenta o varejo brasileiro. Em vendas e em pessoas. Nesse último, atenção especial aos furtos, internos e externos nas lojas. Juntos, eles respondem por 26% das perdas do setor supermercadista, como aponta a 17ª Avaliação de Perdas do Varejo, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). “A Páscoa será nosso primeiro teste do ano em prevenção de perdas. Esperamos aumentar as vendas no período em 7%, enquanto as perdas devem ficar em 2%. Mas estamos motivados para atingir as metas desafiadoras que colocamos para 2018. Queremos reduzir as perdas para 1,98%, mas o objetivo é chegar a 1,80% em curto espaço de tempo. E para minimizá-las, principalmente com fraudes na frente de loja e checkouts, com segurança das senhas e cartões, descontos indevidos, cancelamentos e notas falsas, investir em monitoramento é essencial”, justifica André William Lodrão, gerente de prevenção de perdas do Princesa Supermercados, onde os produtos mais visados pelas pessoas mal-intencionadas na Páscoa são o bacalhau, vinho e azeite.

Com a instalação das soluções de prevenção de perdas, as recuperações no Princesa, rede carioca fundada em 1983 e hoje com 26 lojas na região dos Grandes Lagos, Niterói e Rio de Janeiro, mais o Centro de Distribuição no bairro da Penha, aumentaram em 40%. Além disso, elas criaram um ambiente preventivo que permitiu à diretoria visualizar situações antes não observadas. “O índice de perdas do Princesa em 2016 foi de 2,24% e no ano passado ficou em 2,20%, abaixo dos índices nacionais apontados pelo Provar. A segurança absoluta é praticamente inatingível, ela é e será sempre uma meta desafiadora, mas podemos assegurar que o setor de prevenção de perdas vem gradativamente subindo o degrau da qualidade”, destaca William.

Gatecash

Monitoramento no PDV é essencial – Segundo o gerente do Princesa, mesmo 2017 sendo um ano atípico para o varejo, a empresa promoveu ações que foram cruciais na redução das perdas. No ano passado investiu em antenas de proteção e de checkout, etiquetas adesivas e rígidas e agora em janeiro último a rede adotou o Gatecash, sistema de monitoramento de frente de caixa da Gunnebo. O projeto começou na unidade modelo no bairro do Leme, a mesma onde foram instaladas as primeiras antenas de checkout que também encontram-se já em pleno funcionamento em outras quatro lojas.

O Gatecash, que deve desembarcar em todas as unidades do Princesa, é uma ferramenta de gestão para o varejo que analisa e faz uma auditoria dos processos de vendas com principal objetivo de identificar as perdas no checkout. Ele cruza as informações de imagem e áudio com os dados registrados, monitora as atividades no PDV, além de reduzir as fraudes, tornando cada vez mais fácil e acessível controlar o atendimento e a produtividade dos caixas. “Com o Gatecash podemos diminuir as fraudes (cancelamentos de cupons indevidos, descontos irregulares e aberturas excessivas de gaveta), além de minimizar os erros operacionais e até mesmo as falhas de inventário. O melhor é que recebemos relatórios completos e recomendações de ações preventivas para a nossa operação”, compara o gerente de perdas.

O índice de perdas nos supermercados no Brasil cresceu 0,14% em 2016, quando foi divulgada a 17ª Avaliação de Perdas no Varejo, passando de 1,96% do faturamento bruto do setor, em 2015, para 2,10%. Em valores absolutos, as perdas somaram R$ 7,11 bilhões, ante os R$ 6,19 bilhões contabilizados no período anterior. Já com relação às perdas sobre o faturamento líquido, o índice passou de 2,26% para 2,28%.

Mais investimentos em prevenção

Para o gerente do Princesa, os varejistas do setor procuram investir, cada vez, em medidas preventivas. “Possuímos o Departamento de Prevenção de Perdas e Riscos, responsável pelas análises e ações preventivas, planejamento e ações de segurança com foco nas investigações, roubo de cargas e controle de ativos e patrimônio”, diz William. Seu departamento recebe anualmente um investimento da ordem de 2% do faturamento líquido da empresa. “Estamos sempre investindo em tecnologia e ferramentas que agreguem resultados na busca constante da redução de perdas”, completa o executivo.

Além do monitoramento de PDV e das antenas de proteção e de checkout, o Princesa investe, entre outras ações, em sistema de CFTV (controle centralizado na matriz, reunindo as imagens das 26 unidades com câmeras de monitoramento e gravação para 45 dias), botão de pânico móvel com gerentes e tesouraria e controle de recebimento de mercado, faltas e sobras nas filiais e CD. Um mecanismo simples adotado recentemente foi a criação de um grupo em um aplicativo de celular que reúne os gerentes de todas unidades, que se comunicam quando há produtos vencidos ou próximos à data de vencimento. “Um sistema de segurança, por mais sofisticado que seja, estará mais suscetível a falhas sempre que não houver um trabalho preliminar de gerenciamento e prevenção. Tal trabalho inicia-se com o levantamento de possíveis riscos, e que tem por fim estudar todas as informações obtidas, para então transformá-las em plano de ações preventivas. A falta de integração dessas medidas provavelmente resultará em desperdícios de recursos, além de não proporcionar a segurança prevista”, argumenta William.

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