NRF 2022: É hora de esquecer o varejo pré-pandemia

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Por Caio Camargo, diretor comercial da Linx

A NRF Big Show, maior evento de varejo do mundo, voltou ao formato presencial, após a edição on-line em 2021 em decorrência da pandemia de Covid-19. A cidade de Nova Iorque foi novamente palco para receber executivos das maiores marcas de todo o planeta, que durante um fim de semana, discutiram sobre as expectativas e projetos para o futuro varejista, abordando quais as principais mudanças que acontecem nesse momento. Circulando pelo evento, participando de palestras e rodas de conversa, um pensamento foi unanimidade entre os palestrantes e participantes: a realidade antes da pandemia não voltará mais. A linha que separa digital, físico e virtual está cada vez mais tênue, e em pouco tempo deixará de existir. O questionamento de todos é como se manter atualizado diante desse mar de mudanças.

Se a palavra-chave dos últimos anos foi omnichannel, a NRF de 2022 deixou claro que a discussão entre “ser ou não ser omni” já é datada, pois se tornou óbvio que quem preza pelo crescimento do negócio já está alinhado com essa estratégia. O que importa agora é fazer com que todas as frentes se integrem da maneira mais natural possível. Pensando que, em 10 anos, 50% da população mundial será composta pela Geração Z e Alpha (atualmente, nascidos entre meados dos anos 90 e após os anos 2010, respetivamente), e, para o segmento varejista, é necessário pensar em como esse público irá consumir. Os caminhos já são previstos: a tecnologia como centro de tudo. São gerações nativas digitais, mas que também fazem questão de boas experiências que só podem ser apresentadas no físico.

Outra tecla que foi muito batida durante o evento foi o peso da eficiência durante a jornada de consumo. Desde a compra de suprimentos por parte do varejista, até a entrega do produto para o consumidor. Em uma época acelerada como a que vivemos, não há tempo para longos prazos em nenhuma etapa de trabalho. E como otimizar tudo isso? A tecnologia também é a resposta. A consultoria McKinsey revelou, durante sua palestra na NRF, que 61% das horas de trabalho das equipes do varejo e 54% das atividades atuais poderiam ser automatizadas.

Para entender melhor o que pode ser ou não automatizado, o investimento em análise de dados entra em cena. Aliás, a palavra “dados” também não saiu do discurso dos palestrantes. Muito se fala sobre estar próximo, entender e priorizar o cliente. O método para conseguir de fato esse relacionamento com quem movimenta o varejo, é por meio da coleta e análise de dados, que serão capazes de antecipar o que o consumidor quer. Sajal Kohli, um senior partner da McKinsey chegou a dizer durante uma palestra que os dados são a nova moeda de competição.

E por último, mas não menos importante (pelo contrário): o maior protagonista da NRF foi, sem dúvidas, o tal do metaverso. Como será uma realidade com ele e como será a participação do varejo? Primeiramente, o varejo já está no metaverso. Marcas como Ralph Lauren, D&G, Nike, Adidas e Vans são algumas das que marcam presença com produtos no mundo virtual. Para exemplificar o potencial desse novo universo, a Adidas lançou uma coleção de 13.000 produtos NFTs (non-fungible token, ou tokens não-fungíveis, em tradução livre) e vendeu USD 24 milhões de dólares dentro do metaverso. E esse é apenas o começo, já que as possibilidades são infinitas e levará tempo para amadurecer, mesmo se tratando de tecnologias desse nível.

Em resumo, a NRF 2022 trouxe novamente a energia do presencial e colocou na mesa as urgências do varejo. Tecnologia, foco na experiência do cliente e trabalho de dados são prioridades para quem quer se posicionar e se manter atualizado em meio a tanta competição. A pandemia revolucionou as expectativas de ambos os lados – varejistas e consumidores querem mais qualidade e mais rapidez para vender e comprar. Esse evento veio para dar o start nas ideias e planejamentos que já estão a todo vapor nesse ano.

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