O que levar em conta ao criar uma rede de supermercados

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Por André Faria Gomes, CEO da Bluesoft, empresa de tecnologia especializada em softwares de gestão em nuvem

O varejo alimentício é um dos setores da economia com maior competitividade e com as menores margens de lucro. Essa dinâmica pode ser demais para pequenos e médios comércios que não conseguem competir pela atenção dos clientes. Nesse contexto, surgem redes de supermercados formados por várias empresas que se unem para ter mais força para negociar com fornecedores, aumentar eficiência e lucratividade.

Segundo a 18ª Pesquisa de Redes e Associações de Negócios da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), em 2017 as redes supermercadistas tiveram crescimento nominal de 6,6% e real de 3,1% na comparação com o ano anterior. Um resultado excelente quando se analisa as dificuldades do setor e a situação do país.

Porém, é preciso ter muita reflexão ao criar uma rede de supermercados. Há uma série de fatores que devem ser considerados. Caso contrário, o que tinha como objetivo trazer ganho operacional pode se tornar uma verdadeira dor de cabeça. Assim, seguem abaixo alguns pontos a serem considerados para a criação de uma rede:

Bandeira única

Adotar uma bandeira única em todas as lojas deve ser uma decisão muito bem pensada. Caso as marcas das empresas já sejam fortes em suas regiões, pode ser mais interessante continuar com elas. Agora, caso essa não seja a questão, pode ser excelente a ideia adotá-la, pois reduz custos com marketing (de encartes a gestão de sites e redes sociais, passando por assessoria de imprensa) e a operação (uniformes, itens de sinalização de lojas e muito mais).

Custos logísticos

A criação de uma rede pode trazer excelentes impactos nos custos logísticos dos envolvidos. Lembrando que os eles são compostos por armazenagem, estoque, processamento de pedidos e transportes. Uma prática das redes de supermercados que reduz consideravelmente os custos logísticos das unidades é a criação de um centro de distribuição (CD) único. Assim, somente FVL (Frutas, Verduras e Legumes) são entregues diretamente nas lojas. Para se ter ideia, segundo a pesquisa da Abras, 68,9% das redes contam com CD.

Tecnologia

Quando uma rede de supermercados é criada, é comum que cada varejista use um sistema de gestão empresarial. Porém, o ideal é que a gestão seja centralizada por vários motivos. Controle de estoque, cadastro de produtos e classificações tributárias, previsão de demanda, transferências entre lojas, acompanhamento de metas das lojas, distribuição de mercadorias, gestão de acordos comerciais com fornecedores, relatórios comparativos de análise de performance entre lojas de público ou tamanho semelhantes são apenas algumas das vantagens operacionais disso.

Infelizmente, ainda há muita resistência nesse ponto. Segundo a 18ª pesquisa da Abras, somente 39,5% das redes possuem sistemas de automação comercial integrados com as lojas. Uma queda em comparação com o ano anterior que era 43,1%.

Um dos argumentos para tal fato é o custo, já que muitas vezes pensa-se em sistemas tradicionais on premise, aqueles em que os softwares são instalados em um servidor físico. Realmente, esse modelo o que traria redução de custo pela melhoria operacional pode se tornar um peso nas contas das empresas.

Já um ERP em nuvem pode ser o sistema ideal para o varejista e redes de supermercados que querem crescer de forma sustentável. Além de ser 100% online, o que oferece um maior custo-benefício e mobilidade, este tipo de ERP pode oferecer elasticidade, segurança e informações necessárias para continuar crescendo.

Alguns sistemas permitem que a infraestrutura cresça com o provisionamento automático de mais servidores em nuvem, sem que o empresário precise se preocupar com absolutamente nada. Definitivamente, criar uma rede de supermercados pode ser uma grande vantagem competitiva. Porém, como todo investimento, deve ser pensado com antecedência.

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