Peugeot Citroën volta a ter lucro

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O presidente mundial da PSA Peugeot Citroën, Carlos Tavares, disse ontem que a montadora francesa voltou a ter lucro na América Latina, onde a multinacional começa a colher os primeiros resultados positivos de um amplo plano de “reconstrução” dos negócios que vai do enxugamento dos custos à aposentadoria de carros não rentáveis e o foco numa gama de modelos cujos preços partem de R$ 45 mil.

Em visita ao Brasil para presenciar o início da produção em série do utilitário esportivo compacto Citroën Aircross na fábrica de Porto Real, no sul do Rio de Janeiro, o executivo português que comanda a PSA não abriu números, mas disse que os negócios na região voltaram a ter resultado “ligeiramente positivo” no primeiro semestre.

Tavares disse que ainda não pode dizer se a operação, dirigida a partir do Brasil, continuará no azul durante o restante do ano. Ele reforçou, no entanto, a meta de “não perder mais dinheiro” com a subsidiária a partir de 2017. “Esse compromisso vai ser respeitado”, afirmou o chefe global do grupo, após adiantar que a deterioração nas economias latino-americanas vai exigir novas medidas em defesa da rentabilidade. É o caso, por exemplo, da necessidade de avançar em ganhos de eficiência para compensar o aumento das matérias-primas e a dificuldade de repassar totalmente esse custo ao preço final dos automóveis.

As declarações foram dadas poucas semanas após a Fiat, a General Motors (GM), a Ford e a MAN reportarem prejuízo operacional no Brasil e seus mercados vizinhos, em cifra que, na soma das quatro companhias, já beira US$ 1,3 bilhão perdidos neste ano.

Ao justificar a diferença em relação ao balanço dos concorrentes, Tavares citou frutos de um trabalho iniciado há dois anos para enxugar as estruturas. Só em iniciativas voltadas à otimização dos processos de logística, como redução dos estoques de peças, a montadora relata ter alcançado economia de € 5 milhões em Porto Real.

Na fábrica, um dos três turnos de produção foi desativado no ano passado, enquanto a rede de concessionárias foi igualmente reduzida: de pouco mais de 300 lojas, em 2010, para 255 pontos neste ano, se somadas as revendas das duas marcas. Para reduzir a exposição ao câmbio nas importações de peças, € 70 milhões estão sendo desembolsados no desenvolvimento de fornecedores locais no Brasil e na Argentina. A meta é elevar o índice de nacionalização dos carros da Peugeot e da Citroën de 70% para 85% em três anos.

O portfólio de produtos também teve mudanças. Junto com modelos antigos como a versão hatch do Citroën C4, a picape Hoggar e, em breve, o C3 Picasso, o hatch Peugeot 207, que era o carro de “briga” da PSA num segmento mais sensível a preços, deu lugar a uma nova geração de automóveis que vem permitindo, conforme a direção da empresa, uma política de Carlos Tavares, CEO da PSA: “A única política que temos é fazer lucro” descontos menos agressiva.

Fonte: Valor

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