Oportunidades crescentes para o mercado do food service no abastecimento

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Para explorar o potencial do mercado nacional de Food Service, este painel foi composto de uma palestra com o consultor Sergio Molinari, seguido de uma rodada de debates entre personalidades representativas de toda a cadeia: Ricardo Roldão (Roldão Atacadista), Angelo Mariusso (Mariusso Distribuidora), Luís Claudio Pinto (Head de Food Service da Cargill) e Paulo Solmucci Junior (Abrasel – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

O consultor acumula experiência de mais duas décadas no mercado de Food Service, durante as quais ele tem se empenhado em formar cultura e disseminar dados e informações sobre esse importante mercado, que abrange mais de um milhão de estabelecimentos no Brasil todo, gerando mais de seis milhões de empregos e movimentando perto de R$ 140 bilhões junto aos fornecedores, ou seja, contribuindo grandemente para os negócios da cadeia de abastecimento representada pela ABAD. É um mercado muito diversificado e pulverizado, com muitos estabelecimentos individuais e cerca de 700 redes, que respondem por 19% do total.

O Brasil detém cerca de 5% do mercado mundial de Food Service, estimado em US$ 2,6 bilhões, e é o quinto maior mercado nacional, atrás dos Estados Unidos (25%), China (20%), Japão (15%) e Reino Unido (5%).

Embora muito atrás do líder, o Food Service no Brasil movimenta somas consideráveis no segmento de alimentos e bebidas, cerca de um terço de um mercado de mais de R$ 410 bilhões, em números de 2015.

Em duas décadas, até 2014, o Food Service cresceu no Brasil por volta de 8% ao ano, crescimento robusto e continuado, um dos maiores do mundo. De lá para cá, contudo, a retração econômica que se refletiu na queda do emprego e da renda freou o avanço do segmento. Neste semestre, por exemplo, o consultor identificou perda de faturamento para esse mercado. “Cerca de 60% do setor viu queda no faturamento. Por outro lado, 65% dos restaurantes elevaram seus preços nos últimos seis meses, isso afugenta os clientes”, diz. E assinala que, apesar das perdas da maior parte dos estabelecimentos, 20% do mercado continua a crescer, mesmo na crise. “Esses são os que estão oferecendo uma experiência de compra melhor para o cliente, apesar das dificuldades do momento.”

O consultor destaca que nunca observou mudanças tão rápidas e frequentes nos preços ou na composição dos cardápios, bem como no número de integrantes da equipe de trabalho.

Molinari também assinala que os estabelecimentos de Food Service têm um ciclo de vida longo no Brasil, algo entre dez e quinze anos, e que oscilações de desempenho são esperadas. Mas ressalta: comer fora de casa, mais do que uma tendência, é uma necessidade nas grandes cidades, e o Food Service vai voltar a crescer assim que o bolso do trabalhador estiver menos apertado. “O Food Service atende às classes ABC e é uma tendência irreversível. O ritmo da retomada de crescimento desse mercado depende apenas da recuperação da renda”, afirma. Como exemplo, ele cita a recente ascensão de boa parte dos trabalhadores à classe C, o que criou 70 milhões de consumidores a mais para o setor.

Para os próximos anos, diz Molinari, a previsão é que aumentem muito as oportunidades e também os desafios do Food Service, não apenas pelas constantes mudanças em termos de tendências, mas pelo incremento da concorrência das multinacionais do setor.

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