Instituto quer elevar food service brasileiro ao padrão internacional

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Há dois meses, foi inaugurado o Instituto de Food Service Brasil (IFB) com os objetivos de explorar as possibilidades e aumentar a capacidade deste mercado. Formado inicialmente por 20 empresas de vários segmentos, como distribuidores, indústria, varejo e operadores logísticos, o projeto tem como principal intuito unir a cadeia de valor do food service, que concentra cerca de 170.000 empregos diretos no Brasil e tem um faturamento anual de 130 bilhões de reais. Para se ter uma ideia da dimensão desse mercado, basta dizer que em 2012 cerca de 31% da população brasileira fez suas refeições fora do lar ou comprou alimentos prontos. Em sete anos, esse consumo deverá representar 40% dos gastos com alimentação. “O IFB tem por missão promover o amadurecimento desse mercado e fazer com que o Brasil atinja padrões de consumo mundial em alimentação fora do lar e eficiência operacional em prol do consumidor”, afirma Tupa Gomes, CEO da Martin Brower e coordenador-geral do IFB.

Em comparação com um dos países onde é maior a demanda da alimentação fora do lar, os Estados Unidos, o mercado brasileiro tem uma demanda 17% inferior na prestação desse serviço. “Na verdade, eles são referência por terem uma economia moderna e de primeiro mundo. Isso contribui para que a população faça suas refeições fora do lar. Lá isso não é encarado como lazer, mas sim como uma modalidade de alimentação”, diz Gomes. Segundo o executivo, a urbanização, o aumento do nível de renda familiar e o crescimento das cidades contribuíram para o desenvolvimento de novas ferramentas e de novos produtos para esta área. 

A respeito da cadeia de distribuição, o CEO da Martin Brower ressalta os problemas logísticos enfrentados atualmente pelo setor. “A dificuldade para transitar pelos centros urbanos transformou-se hoje em um problema realmente muito complicado. A meu ver, a operação de distribuição no País é ineficaz. Por exemplo, o trabalho com produtos congelados, que demanda especialização e equipamentos caros e diferenciados, é bem mais complexo que o trabalho com produtos secos”, diz. Para movimentar e dar início às mudanças, os 20 associados se reúnem com o propósito de discutir assuntos como esse e desenvolver soluções. Ao todo, cinco comitês são realizados duas vezes por semana.

Desafios
As cinco prioridades iniciais que o grupo do IFB pretende transformar

Informação – os dados de que se dispõe sobre o segmento não são suficientemente concretos e muitas vezes estão pulverizados por setor. A ideia é cruzar os dados e pesquisas de cada setor e estudar os possíveis números de crescimento e expansão do food service.

Tributação – o segmento tem má interpretação tributária, que não abrange a cadeia como um todo. As redes de restaurantes estão sendo afetadas por substituições tributárias, que acabam chegando ao prato do freguês.

Entrega – Atualmente, os centros urbanos das principais capitais do País permitem apenas a circulação de VUCs (veículos urbanos de carga), mas uma rede com grande demanda tem necessidade de caminhões de grande porte. 
Colaboradores – Esse é um mercado que precisa de mão de obra especializada e permanente, ponto para o qual as empresas devem ter atenção.

Consumo – Conforme o mercado de turismo melhora e as festividades internacionais se aproximam, consolida-se cada vez mais a evidência de que a segurança alimentar é fundamental para o aumento da demanda pela alimentação fora do lar.

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